As duas mulheres que vivem no McDonald’s do Leblon, na Zona Sul do Rio, foram levadas para a delegacia na tarde desta sexta-feira (30) por suspeita de racismo. Segundo testemunhas, elas teriam sido racistas com uma mãe e uma filha de 15 anos após se indignarem por serem fotogradas no Mc Donald’s.
A família tinha ido comprar um lanche no estabelecimento quando a adolescente bateu uma foto delas. Incomodadas, Bruna Muratori, de 31 anos, e Susane Paula Muratori Geremia, de 64, que também são mãe e filha, teriam dito que a família era “macaca”, segundo testemunhas.
Uma confusão se formou no local.
Uma equipe do Segurança Presente foi acionada e encaminhou as moradoras e as vítimas à 14ª DP (Leblon), mesma delegacia que elas registraram uma queixa de agressão há um mês.
As malas das mulheres, que costumavam ficar no estabelecimento há 7 meses, foram colocadas na viatura policial.
Às 20h, as Bruna e Susane continuavam na delegacia sendo ouvidas e que não havia informação se continuariam detidas ou se seriam liberadas.
A dupla tem chamado atenção de moradores por passar o dia na lanchonete da Rua Ataulfo de Paiva, esquina com a Rua Carlos Góis, ao lado de 5 malas. Elas chegam a consumir no estabelecimento e só saem de madrugada, quando a loja fecha.
Bruna disse que, até então, viver na lanchonete “vinha sendo de boa”. Em julho, ela disse que foi agredida.
A jovem falou que uma mulher que estava lanchando no local começou a xingá-la. E que, mesmo sem responder às provocações, a mulher continuou os ataques verbais na calçada e depois avançou contra ela.
Em entrevista à TV Globo em abril, Susane contou que, por muitos anos, viveu com surfistas, e só largou o grupo para cuidar da filha recém-nascida.
“Um certo dia eu disse: ‘vou parar e vou engravidar da minha filha que eu quero muito’. Desde criança eu a queria”, contou a mulher mais velha.
Ela afirmou que é casada há 34 anos e que o marido vive na Inglaterra.
De acordo com a Polícia Civil, mãe e filha possuem 3 registros de ocorrência por calotes em hotéis em Copacabana. As queixas aconteceram em 2018, 2019 e 2021. Em todos os casos, elas foram expulsas por falta de pagamento das diárias utilizadas.
Elas também foram denunciadas pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul, em 2018, por injúria racial e condenadas a 1 ano em regime aberto. A pena foi substituída por prestação de serviços comunitários.
A filha também alugou um imóvel mobiliado em Porto Alegre. Entre 2014 e 2018, a mãe e ela moraram em um apartamento na Avenida Doutor Nilo Peçanha, no bairro Boa Vista.
Em contato com a TV Globo, a locatária afirmou que as duas causaram problemas durante o período com vizinhos e não cumpriram o acordo financeiro firmado entre elas pela moradia. A proprietária disse que a dupla só pagou os primeiros 6 meses de aluguel e resistia em negociar qualquer tipo de acordo para quitar a dívida pendente.
O processo, inicialmente, foi aberto por conta da falta de pagamento de agosto a novembro de 2015 e se desdobrou em uma ação de despejo, determinada em fevereiro de 2017 pela Justiça do Rio Grande do Sul.
Sobre os processos sobre despejo e dívidas, as duas negaram a existência de débitos.
g1
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