MINAS GERAIS
Médico é preso ao cobrar por cirurgias feitas pelo SUS
MINAS GERAIS
Um médico de 50 anos foi preso nessa quinta-feira (11) em Juiz de Fora, na Zona da Mata, suspeito de cobrar por cirurgias que poderiam ser feitas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e por planos de saúde. Um homem denunciou o caso à Polícia Civil antes de pagar por um procedimento que já tinha sido realizado em seu avô, de 83 anos.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Rodolfo Rolli, as vítimas pagariam R$ 460 por uma laparoscopia. “Depois de ouvir o homem, marcamos as notas que seriam entregues ao médico e combinamos o flagrante. O pagamento foi feito em um dos hospitais em que ele trabalha e as notas marcadas foram encontradas nos bolsos de sua camisa”, revelou.
Depois do pagamento, o cirurgião foi preso em flagrante e levado para a delegacia. “Quando recebeu voz de prisão, ele achou que era brincadeira. Depois chamamos a médica responsável pelo hospital e a enfermeira-chefe para acompanhar a abordagem. Só fizemos a busca pessoal com a presença delas”, contou Rolli. Após ser ouvido, o médico foi encaminhado para o Ceresp da cidade, onde permanece preso. Ele foi indiciado por corrupção passiva e pode pegar até 12 anos de prisão.
O delegado disse que ainda não sabe o valor embolsado pelo médico, mas três novas vítimas foram ouvidas nesta sexta-feira (12). “Duas são das cidades de São João Nepomuceno e Santos Dumont. Elas ainda repassaram nomes de outros médicos que podem estar envolvidos no esquema, o que será investigado”. Para convencer os pacientes a pagarem pelos procedimentos, o cirurgião dizia que usaria um método moderno. “Ele se aproveitava de idosos e pessoas com doenças graves”.
Rodolfo Rolli também revelou que o cirurgião é investigado por reutilizar material descartável e tentar receber mais de uma vez pelos procedimentos cirúrgicos. “Ele daria entrada na documentação como se fosse uma cirurgia normal para também receber pelo SUS ou pelo plano de saúde. Se isso for comprovado, ele também responderá por estelionato”.
O delegado descartou qualquer participação do hospital no golpe. “Os aparelhos utilizados para fazer os procedimentos eram do médico e o hospital não tem participação no esquema”, ressaltou. Rolli enviará um ofício ainda nesta sexta-feira (12) para o Conselho Regional de Medicina (CRM). “Vou notificar o caso e eles devem tomar as providências cabíveis”, finalizou. A reportagem procurou o CRM, mas ninguém foi encontrado para comentar o caso.
O Tempo Online
DELEGADOS.com.br
Portal Nacional dos Delegados
Revista da Defesa Social
