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É possível resolver um crime com duas testemunhas, diz delegado

por Editoria Delegados
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O número de testemunhas ouvidas em cada crime de homicídio em Curitiba evoluiu pouco nos últimos anos. Há apenas uma pequena melhora em relação a 2010, quando a média era de 3,5 por morte. Hoje, segundo o levantamento feito pela reportagem, o índice é de 4,1 depoimentos a cada morte violenta.

 

Embora a média permaneça estável nos últimos anos, Rubens Recalcatti, delegado titular da Homicídios de Curitiba até ontem, diz que não considera isso um problema. De acordo ele, é possível resolver um crime até mesmo com dois depoimentos. O delegado considerou boa a média de 3,8 pessoas ouvidas por crime.

 

Sem relação

 

Segundo Recalcatti, o fato de os inquéritos em que há indiciamento do suspeito terem média mais alta, de sete testemunhas, não indica necessariamente uma correlação entre o número de depoimentos e a qualidade da investigação. De acordo com ele, o que acontece é que em casos de indiciamento normalmente são ouvidas mais pessoas para confirmar a autoria.

 

Recalcatti também diz que atualmente não existem mais casos sem depoimentos. A reportagem encontrou três homicídios ocorridos em 2013 em que não havia sido ouvida nenhuma testemunha nos 30 primeiros dias de investigação. Dois casos eram de corpos não identificados e o terceiro de uma vítima identificada.

 

Silêncio

 

O delegado-geral da Polícia Civil, Riad Farhat, afirma que no caso de homicídios é especialmente difícil conseguir testemunhas porque ninguém comete homicídio na frente dos outros. “Normalmente, na cena do homicídio está o homicida e a vítima. Aí já começa a dificuldade da polícia”.

 

Sobre a lei do silêncio, Farhat diz que o problema existe sempre que o homicídio acontece entre pessoas envolvidas no mundo do crime. “Ninguém abre a boca para falar nada, porque as pessoas sabem que para qualquer declaração numa delegacia de polícia ou na imprensa, o troco vai vir e rápido”, afirma.

 

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