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Delegados colocam adesivos em inquéritos para pressionar por aumento

por MARCELO FERNANDES DOS SANTOS
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MINAS GERAIS
Delegados colocam adesivos em inquéritos pedindo aumento

MINAS GERAIS

{loadposition adsensenoticia}Delegados de polícia civil de Minas Gerais estão colando adesivos em inquéritos enviados à Justiça como protesto contra seus baixos salários desde abril deste ano. “Inquérito presidido pelo delegado que recebe o pior salário do país”, diz o adesivo. O presidente do sindicato dos delegados de polícia de Minas Gerais (Sindepo), Edson José Pereira, conta uma deliberação em assembleia geral, no dia 7 de abril, decidiu que os inquéritos deveriam receber o adesivo. Desde então, já foram impressos aproximadamente 50 mil adesivos. A medida é semelhante à adotada no ano passado por procuradores estaduais, para pressionar por aumento de salário.

Inquérito com adesivo colocado pela polícia

“Nosso movimento não é pela greve, mas sim para que o governo nos trate com dignidade. Estávamos trabalhando mais de 70 horas por semana, explorados pelo governo. Desde a assembleia, em abril, decidimos cumprir rigorosamente as 40 horas semanais e colar os adesivos nos inquéritos. De 853 municípios mineiros, 509 não têm delegados. Falta muito pessoal e estrutura para trabalhar”, destacou Pereira.

Minas Gerais oferece para um delegado em início de carreira uma remuneração de R$ 5,7 mil, contra R$ 5,4 mil de São Paulo e R$ 5,2 do Pará. O Distrito Federal oferece o melhor salário, R$ 13,3 mil. “Estamos competindo com São Paulo e não podemos comparar com outros Estados porque o custo de vida lá é mais baixo”, afirmou o presidente do sindicato dos delegados. Além da reivindicação de aumento salarial, os policiais querem aumento do efetivo e estrutura. Recentemente, o governo de Minas anunciou concurso público para novos delegados, mas o número de vagas abertas, cerca de 150, não será suficiente, diz a categoria.

O presidente do sindicato dos servidores da polícia civil de Minas Gerais (Sindpol-MG), Denilson Martins, lembra que, desde 10 de maio, o atendimento nos serviços prestados pela polícia civil no Estado foi diminuído em 50%, dentro de um esquema grevista. “É óbvio que serviços como flagrantes, encontro de cadáver, prisões, casos envolvendo a lei Maria da Penha e com menores infratores estão sendo encaminhados pela polícia. No próximo dia 8, teremos uma assembleia geral e vamos discutir os procedimentos daqui pra frente”, afirmou Martins.

O governo mineiro informou que uma nova rodada de negociações com os policiais civis acontece na próxima quarta-feira, dia 25.

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