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Delegados civis e secretário são presos pela PF

por MARCELO FERNANDES DOS SANTOS

SÃO PAULO
Delegados civis e secretário são presos pela PF

SÃO PAULO

{loadposition adsensenoticia}A Polícia Federal e o Gaeco (Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado) deflagraram nesta terça a operação Usurpação, que prendeu quinze pessoas na Capital e cidades da região de Sorocaba acusadas de fraude em licitações e outros crimes.

Entre os presos estão três delegados civis e o secretário de Cultura, Esportes e Turismo de Itapetininga, Fábio Regino Sacco, além de um escrivão de polícia de Taboão da Serra e um agente da PF.

O bando seria responsável por coagir organizadores de eventos a contratar a empresa de segurança Itapê Security, que é registrada em nome de terceiros, mas pertence ao delegado titular da Delegacia de Investigações Gerais da cidade, Alexandre Costa Vieira, e a seu delegado assistente, Ivan Scoth.

O terceiro policial preso na cidade é José Antônio Vieira Ramos, delegado seccional de  Itapetininga há 15 anos e acusado de dar cobertura ao esquema.

Ao serem informados sobre a realização de uma festa, os delegados da DIG procuravam os organizadores alegando que apenas a Itapê Security atendia aos requisitos da legislação vigente. “Eles ameaçavam dizendo que se outra empresa fosse contratada,  o evento poderia até ser embargado”, explica o  promotor Wellington Veloso, do Gaeco.

Fraudes envolvendo prefeituras

Durante as investigações do esquema de coação a Polícia Federal e o MP encontraram indícios de que a Itapê Security também estaria se beneficiando através de processos licitatórios fraudulentos.

Com a conivência de funcionários de prefeituras do interior, a empresa disputava sozinha às  concorrências envolvendo a segurança de eventos municipais.

Um dos envolvidos nesta vertente de atuação seria o secretário Fábio Regino Sacco, que foi indiciado por peculato (usar de cargo público para obter vantagens), mas acabou liberado na tarde desta terça-feira em razão da polícia justificar que sua colaboração através de depoimento foi proveitosa.

Os mandados de busca cumpridos nesta terça coletaram documentos para perícia nas prefeituras de Tatuí, Cerquilho, Quadra, Alambari e São Miguel Arcanjo.

´Pago um pauzinho pro chefe‘

Numa das conversas telefônicas interceptadas pela investigação o escrivão da Polícia Civil Márcio José Abrigio é flagrado se gabando do fato de manter do esquema criminoso sem precisar desempenhar as funções policiais em Taboão da Serra.

“Pago um pauzinho pro chefe e fico tranquilo”, diz o policial no fragmento da conversa, dando a entender que pagava para não cumprir a mesma rotina dos colegas.

Segundo o promotor Roberto de Campos, os funcionários públicos e outros envolvidos responderão por crimes que vão desde formação de quadrilha  e concussão (fazer ou não algo em troca de pagamento), até uso de documento falso, corrupção ativa e crimes contra a ordem tributária.

Todos ficarão encarcerados mediante prisão temporária de cinco dias, que poderá ser renovada por mais cinco ou transformada em preventiva.

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