Os mais de 30 mil habitantes da cidade de Colíder, cidade da região Norte do Estado, a 650 quilômetros de Cuiabá, estão assustados com a onda de violência que assola a cidade, principalmente depois que a Polícia local decidiu tomar uma medida radical: não vai mais prender nenhum menor. A revolta também atingiu o delegado Sérgio Ribeiro, que reage com indignação ao que pode ser considerado “pouco caso” com o trabalho da Polícia. O delegado gravou uma entrevista a um jornalista local, exibida no Programa Cadeia Neles da TV Record, exibido nesta terça-feira, 17, em Mato Grosso.
O delegado conta que conseguiu prendeu dois adolescentes acusados de assaltos, roubos, homicídios e tráfico de drogas. Com eles foram apreendidos uma arma de uso restrito, mais de três quilos de drogas: cocaína, maconha e crack, munições de vários calibres e celulares roubados. Em menos de 24 horas uma juíza mandou colocar os dois “menores-bandidos” em liberdade.
“Eles agora podem até colocar uma banca no meio da cidade para vender droga que nós não vamos prendê-los”, afirmou Ribeiro.
Falando sem parar, o delegado foi categórico: “Daqui para frente a Polícia não vai mais prender menores. Quem quiser que procure o Fórum, a juíza ou o promotor. Não adianta a Polícia Civil e a Polícia Militar gastar tempo e dinheiro público para prender, que eles (os magistrados) soltam”, desabafou.
Exibindo uma mesa repleta de objetos roubados, armas, munições e drogas apreendidas com os dois menores de 16 anos, o delegado disse que a juíza – ele não citou o nome -, fez um despacho e em menos de 24 horas colocou os dois bandidos em liberdade. “Não vejo motivos para manter os dois menores apreendidos”, citou o delegado na entrevista.
“Como a juíza não viu motivos para a prisão? Foi uma prisão em flagrante com farta materialidade probatória, inclusive drogas, munições dinheiro, e um revólver calibre 356 de uso e venda proibidos. Quem vai sofrer daqui para frente são os moradores de Colíder. Eu não vou mais prender menores Quem quiser que prende a leve para a juíza e para o promotor”, foi taxativo o delegado.
Com o material apreendidos, o delegado Ribeiro representou à Justiça pela internação dos tr}ês adolescentes, que já possuem outras passagens pela polícia. “Buscamos vaga no Complexo do Pomeri e em outras unidades, uma vez que dois deles haviam sido apreendidos 10 dias antes comercializando drogas. No entanto, a juíza da comarca da cidade entendeu que não havia necessidade de internação e determinou a liberação deles”, explicou o delegado.
“Não adianta, os adolescentes que quiserem pode traficar drogas nas portas das escolas e andar armados que não iremos fazer nada”. Ao final do desabafo, o delegado pede à população que, quando forem vítimas de menores, procurem o Fórum da cidade para reclamar. “E peço para a Polícia Civil que me transfira para uma cidade onde os menores fiquem apreendidos, senão irão destruir um delegado que quer muito trabalhar”.
A Justiça não quis se pronunciar sobre as deleclarações do delegado e da decisão da juíza.
Cuiabá News
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