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Delegacias no Paraná são fechadas em repúdio à prisão do delegado Rubens Recalcatti

por Editoria Delegados

PR: Cartazes colocados em frente às delegacias mostram a revolta dos policiais

Delegacias de várias cidades do Paraná suspenderam as atividades e o atendimento ao público nesta quarta-feira (21) em protesto à prisão do delegado Rubens Recalcatti, suspeito de participar da morte de um homem investigado de homicídio. Delegados e agentes da Polícia Civil também fizeram um protesto em frente à Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, em Curitiba, na manhã desta quarta, em apoio a Recalcatti.

Em Francisco Beltrão, Salto do Lontra, Pato Branco e Realeza, no sudoeste, e em Curitiba, por exemplo, somente casos de flagrante e emergências estão sendo atendidos. Em Francisco Beltrão, os policiais fizeram treinamento de tiro. Ações como doação de sangue também estavam previstas em outras delegacias.

A delegacia central de Foz do Iguaçu, no oeste, também recebeu uma faixa em protesto à prisão de Recalcatti na terça-feira (13) e de outros quatro policiais civis pelo Grupo de Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Os cartazes apontam que a “prisão foi arbitrária e fruto de interesses”.

De acordo com o presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Paraná (Adepol), João Ricardo Noronha, foram fechadas 500 delegacias em todo o Paraná. “Estamos iniciando um ato de desagravo em razão da prisão ilegal da equipe de policiais que atuou na cidade de Rio Branco do Sul. Isto mostra o inconformismo de toda a classe da polícia civil com a prisão ilegal, arbitrária e midiática requerida por alguns integrantes do Ministério Público lotados no Gaeco”

Um habeas corpus pedindo a reversão da prisão temporária dos quatro policiais presos na mesma ocasião está sendo analisado pelo TJ e deve ter resposta até quinta-feira (22).

Morte de suspeito

O delegado Rubens Recalcatti, que comandava a Delegacia de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP) em Curitiba, foi solto na segunda-feira (19) por meio de um habeas corpos concedido pelo Tribunal de Justiça do Paraná. Ele estava preso por suspeita de participação na morte de Ricardo Geffer, em abril. Segundo o Ministério Público do Paraná (MP-PR), Geffer foi morto após ser preso pela Polícia Civil.

A Polícia Civil aponta que Geffer era suspeito de matar o ex-prefeito de Rio Branco do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba, João Nazzari, conhecido como João da Brascal. O político era primo de Recalcatti. Testemunhas informaram que o delegado participou da prisão de Geffer, que teria sido executado pelos policiais antes mesmo de ser encaminhado à delegacia.

Testemunhas afirmaram ainda que o delegado autorizou os policiais a executarem Geffer. A Polícia Civil, no entanto, diz que ele foi morto em confronto com os policiais no momento da prisão. De acordo com um laudo do Instituto Médico-Legal, Geffer levou oito tiros, sendo um na cabeça.

O advogado Cláudio Daledone, que defende Recalcatti, comentou que o TJ-PR entendeu que não havia motivos para manter o delegado preso. Ele havia sido detido em caráter temporário e poderia ficar por até 30 dias na cadeia.

O delegado Recalcatti é suplente de deputado estadual pelo PSD.

 

G1

 

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