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“Amo ser delegada e o fechamento dessa clínica de aborto marcou a minha vida”

por Editoria Delegados

SE: Rosana Freitas realiza um excelente trabalho junto ao Departamento de Homicídios

 

“Amo ser delegada, apesar de ser um dia a dia extremamente difícil, é uma profissão complicada, que requer muito, mas existem coisas que são extremamente gratificantes. Esse caso é uma coisa que fez tudo valer a pena. Olho para os meus oito anos de polícia e esse foi especialíssimo. Sempre que fico triste por algum motivo, procuro pensar em coisas boas e esse caso, vou levar comigo até o fim da minha carreira”.

 

Esse relato é da delegada de polícia, Rosana Freitas, que vem realizando um excelente trabalho junto ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa – DHPP em Aracaju/SE, e no dia 23 de janeiro liderou uma megaoperação que culminou com o fechamento de uma clínica onde aconteciam diversos abortos, no Conjunto Eduardo Gomes, município de São Cristóvão.

 

Após seis meses de investigação, que contou com o apoio do Ministério Público e de Judiciário de São Cristóvão, além da Divisão de Inteligência da Polícia Civil – Dipol -, a delegada Rosana Freitas conseguiu prender Nicelda Francisca dos Santos, de 49 anos, que atuava há cerca de 15 anos na atividade ilegal.

 

“Foi a investigação que eu mais me envolvi. Sempre tive um interesse especial pelo crime de aborto, porque é um delito que é previsto no Código Penal, todo mundo conhece alguém que já realizou e recebemos denúncias dessa clínica. É um crime considerado comum, mas que por trás disso, milhares de vidas são ceifadas, antes mesmo de ganhar o mundo. É tão crime, quanto um homicídio”, relata a delegada Rosana Freitas.

 

No momento da prisão, a acusada realizava um procedimento clandestino de aborto em uma mulher de 33 anos, que pagou pela prática com uma máquina de lavar. O eletrodoméstico chegou para ser entregue na residência/clínica na hora em que a equipe de polícia fazia a varredura do local para encontrar objetos que materializassem ainda mais o crime.

 

A acusada confessou a prática e disse que teria herdado da sogra o gosto pela prática abortiva. No local, os policiais encontraram diversos instrumentos que seriam utilizados para a prática criminosa: pinças cirúrgicas, seringas, sondas, agulhas, medicamentos, luvas e gazes.

 

Essa, sem dúvida, foi a investigação da vida da jovem delegada de polícia, Rosana Freitas, que relata ter se envolvido de corpo e alma e, ainda hoje, após dois meses, se orgulha em ter produzido elementos comprobatórios que garantem a permanência da acusada no Presídio Feminino, em Nossa Senhora do Socorro.

 

“Possa ser que um dia, essa prática seja permitida, mas enquanto é crime, nós que somos autoridade policial, devemos investigar e coibir o aborto. É uma investigação muito difícil, pois temos que ter a prova do crime e precisamos da colaboração das mulheres. O tempo irá passar e me orgulharei ainda mais de ter contribuído com isso”, finaliza Rosana.

 

Adepol SE

 

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