São Paulo remunera melhor o defensor que solta do que o delegado que prende

O SINDPESP destaca que, no Estado Democrático de Direito, todas as carreiras constitucionalmente previstas, como delegados de polícia, defensores públicos, juízes, entre outras, são igualmente essenciais para a manutenção da ordem pública. No entanto, a grande disparidade salarial entre essas

Por Editoria Delegados

O SINDPESP destaca que, no Estado Democrático de Direito, todas as carreiras constitucionalmente previstas, como delegados de polícia, defensores públicos, juízes, entre outras, são igualmente essenciais para a manutenção da ordem pública. No entanto, a grande disparidade salarial entre essas carreiras tem desestimulado delegados de polícia e demais policiais civis, além de afastar potenciais candidatos que, mesmo vocacionados, acabam buscando outras carreiras públicas.

Com a chegada do prazo final para a apresentação dos resultados do Grupo de Trabalho responsável pela elaboração da nova Lei Orgânica, o SINDPESP aproveita este momento para reforçar alguns dos principais pontos levados ao grupo. Por meio de uma pesquisa realizada com mais de 700 delegados, foi possível reunir os principais pleitos e anseios da nossa classe.


Durante uma reunião realizada no Palácio dos Bandeirantes, na qual o Grupo de Trabalho abriu espaço para que as entidades de classe apresentassem suas contribuições, a presidente Jacqueline Valadares levou ao conhecimento dos presentes as demandas colhidas na pesquisa. Entre os diversos pontos abordados, destacou-se a posição majoritária da classe contrária à alteração da forma remuneratória para o modelo de subsídio.

Entre os diversos pontos destacou-se também a necessidade de valorização salarial compatível com as demais carreiras de igual Estado constitucional.

Abismo salarial entre defensor e delegado

Quando o Estado opta por manter salários baixos para seus delegados, compromete diretamente a qualidade dos serviços prestados à população. Delegados desmotivados, submetidos a remunerações incompatíveis com suas funções e responsabilidades, tendem a apresentar queda na produtividade, menor engajamento e maior propensão ao adoecimento físico e mental. Isso se reflete em atendimentos precários, atrasos, burocracias excessivas e, em última instância, na deterioração da confiança da sociedade nas instituições públicas. A população, principal usuária dos serviços públicos, sofre com a má qualidade no atendimento na área da segurança pública.

Para os próprios delegados, o impacto vai além da frustração profissional. A defasagem salarial, frequentemente acumulada ao longo dos anos sem reajustes adequados à inflação, reduz o poder de compra e obriga muitos a buscarem complementações de renda, seja por meio de bicos ou múltiplos vínculos. Essa sobrecarga compromete a saúde dos delegados e impede que se dediquem integralmente às suas funções. Além disso, salários desvalorizados afastam novos candidatos ao cargo, gerando um ciclo de estagnação e desvalorização da carreira estatal, prejudicando a renovação e o aperfeiçoamento dos quadros públicos a longo prazo.

Em São Paulo, enquanto um defensor público recebe R$ 44 mil mensais, o delegado de polícia sobrevive com um ‘salário’ de R$ 15 mil!

Esse é o “incentivo” que o Governo de São Paulo entrega aos delegados de polícia, ocasionando o êxodo de delegados e repelindo futuros candidatos ao cargo. Prejuízo imensurável para o estado e para a população.


Alesp discute a regulamentação da Lei Orgânica da Polícia Civil de São Paulo

A presidente do SINDPESP, Jacqueline Valadares, participou ontem de uma audiência pública na Alesp para discutir a regulamentação da Lei Orgânica Nacional da Polícia Civil em São Paulo.

Na ocasião, destacou pontos cruciais para a valorização da classe:

Valorização salarial – cobrando o cumprimento da promessa do governador Tarcísio de Freitas, que afirmou, no início do mandato, que colocaria a Polícia Civil paulista entre as principais polícias do Brasil. Hoje, no terceiro ano de governo, os delegados ocupam apenas a 24ª posição no ranking salarial.

Democratização da Classe Especial – garantindo que todos os delegados tenham a possibilidade de chegar ao topo da carreira;

A audiência pública foi coordenada pelo Deputado Reis e contou também com a presença do Secretário-chefe da Casa Civil, Arthur Lima, do Coordenador do Grupo de Trabalho, Fraide Sales, do Delegado-Geral, Arthur Dian, e dos deputados que compuseram a mesa: Delegado Olin, Danilo Campeti, Da Cunha, Jorge Wilson, Gilmaci Santos e Barros Munhoz.

O SINDPESP segue firme na luta por uma regulamentação que atenda às reais necessidades da classe, garantindo uma carreira digna e valorizada para os delegados de polícia!

SINDPESP

DELEGADOS
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