Homem é preso por injúria racial contra delegado de Polícia Civil do Paraná

PR: Caso foi registrado em Foz do Iguaçu após homem ser conduzido à delegacia por porte de drogas. No local, homem disse que não poderia ser algemado e agredido por policiais porque não era ‘preto como ele’, se referindo ao

Por Editoria Delegados

PR: Caso foi registrado em Foz do Iguaçu após homem ser conduzido à delegacia por porte de drogas. No local, homem disse que não poderia ser algemado e agredido por policiais porque não era ‘preto como ele’, se referindo ao delegado Rodrigo Souza.

 

Um homem foi preso por injúria racial contra o delegado de Polícia Civil Rodrigo Souza que atua em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná. O caso foi registrado na terça-feira (12).

Conforme o próprio delegado, o homem havia sido preso em flagrante na Ponte da Amizade por porte de drogas para consumo e foi conduzido à delegacia para confecção do termo circunstanciado, um registro de um crime tipificado como infração de menor gravidade.

Ao sair da viatura, já na delegacia, o homem olhou para o delegado, que saia do local após finalizar o expediente, e afirmou que não poderia ser agredido e algemado pelos policiais porque não era “preto como ele”, se referindo a Souza.

“Ele disse: ‘Eu não sou preto para vocês me baterem e para estar algemado’, eu pensei, ele não falou isso, aí ele apontou para mim e falou ‘preto como ele’. Aí quando ele falou isso, eu disse que ele estava preso por injúria racial”, explicou o delegado.

De acordo com Souza (imagem), durante o depoimento o homem confirmou as falas, mas tentou justificar o fato afirmando que estava bebendo desde o início da manhã.

“A única oportunidade que tive de falar com ele foi no interrogatório, que ele confessou ali o que falou, mas ele apresentava falas desconexas. […] Ele falou que realmente estava bebendo desde manhã, mas não tem justificativa porque quando você acaba bebendo só vai externalizar o que tem guardado”, destacou Souza.

O delegado explicou que caso o homem não tivesse cometido injúria racial contra ele, que teria sido levado à delegacia, onde seria confeccionado o termo circunstanciado pelo porte de drogas e, em seguida, ele teria sido liberado.

A prisão por injúria racial é inafiançável. A pena, em caso de condenação, é prisão de dois a cinco anos.

“Uma experiência infeliz, e a gente sabe que infelizmente o racismo se manifesta de várias formas no Brasil. […] Acho que agora ele vai ter tempo para pensar, falei isso também para ele, que terá tempo para verificar que sempre vai encontrar pessoas pretas, como delegado, repórter, enfim em todas as camadas da sociedade”, frisou Souza.

A prisão na Ponte da Amizade

Conforme a Polícia Civil, uma equipe realizava diligências na Ponte da Amizade, momento em que um homem atravessou a via na frente da viatura policial, segurando uma camiseta em uma das mãos e deu dois socos no capô da viatura.

Ainda conforme a polícia, um dos policiais perguntou se o homem estava enfrentando algum problema. De forma debochada, o homem afirmou que não e acrescentou que a polícia tinha obrigação de parar para permitir a passagem de pedestres, mesmo que não houvesse faixa de pedestres no local.

Por ter atitude desrespeitosa com a equipe, de acordo com a polícia, os policiais abordaram ele e com o homem foi encontrada uma porção de maconha dentro de uma pochete.

Quando percebeu que seria levado à delegacia, o homem ficou mais agressivo e teve que ser contido com uso de algemas, conforme informou a Polícia Civil.

Ao chegarem na delegacia, os policiais e o homem encontram o delegado Rodrigo Souza, que estava se preparando para sair do trabalho, momento em que o preso proferiu falas racistas contra o delegado.

Delegado também foi vítima de ofensas em Curitiba

Em 2021, após serem presos por suspeita de desacato a guardas municipais, três jovens foram parar na delegacia. No local, sem saber com quem estavam falando, dois deles desacataram o delegado Rodrigo Souza, que estava filmando quando foi xingado pelos rapazes. Assista ao vídeo acima.

As ofensas, segundo ele, ocorreram quando os três estavam na carceragem e reclamavam do tratamento que estavam recebendo.

“Quando cheguei, vi que eles estavam alterados e perguntei o motivo de estarem gritando. Falaram que não iriam falar comigo, porque eu não mandava nada, que só iriam falar com o delegado e aí começaram as agressões [verbais]”, afirmou na época o delegado.

No momento das agressões, os três jovens esperavam para serem ouvidos após a prisão pela Guarda Municipal. Eles só perceberam que o homem que eles ofenderam era o delegado quando foram chamados para o interrogatório. “Aí pediram desculpas”, disse Rodrigo Souza.

Segundo o delegado, os jovens disseram estar daquele jeito porque estavam indignados com o tratamento.

g1 PR

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