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‘Reações das vítimas têm provocado aumento de latrocínio’, diz delegado-geral de São Paulo

por Editoria Delegados

 

 

 

Os principais municípios do ABC registraram, juntos, um aumento de mais de 260% no número de vítimas de latrocínio no 1º trimestre de 2013, se comparado com o mesmo período de 2012, mostram os dados da violência divulgados nesta quinta-feira (25) pela Secretaria da Segurança Pública. As vítimas aumentaram de três para 11 nas quatro principais cidades da região. O maior aumento ocorreu em Diadema .

 

O delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Maurício Blazeck, esteve nesta tarde em São Bernardo do Campo e avaliou o aumento da violência.

 

“É um momento crítico, um momento difícil, onde os roubos, até em razão das reações das vítimas, têm provocado efetivamente esses resultados. Estamos trabalhando no fato, tanto a Polícia Civil como a Polícia Militar, vamos dar um decréscimo a estes números com a apuração dos fatos, desde a identificação, desde de intensificarmos a apuração dos fatos, a prisão dos elementos, e no tocante da Policia Militar [com] policiamento preventivo e ostensivo, e nós [Polícia Civil] com os atos de polícia judiciária com a identificação dos criminosos e a prisão deles”, afirmou.

 

 “Esses números crescentes são uma preocupação de todos. Todas as autoridades têm essa sensibilidade”, disse.

 

Também nesta quinta-feira, uma dentista foi morta queimada por criminosos que assaltaram o consultório odontológico dela em São Bernardo do Campo. Os ladrões chegaram a sacar R$ 30 da conta de Cinthya Magaly Moutinho de Souza, de 47 anos, mas retornaram ao consultório e atearam fogo à vítima, que não resistiu e morreu no local.

 

De acordo com os dados, São Bernardo registrou três vítimas de latrocínios nos três primeiros meses de 2013, contra duas no ano passado. Em Diadema, elas saltaram de nenhuma no 1º trimestre de 2012 para seis em 2013. Santo André teve um aumento de uma para duas vítimas do crime. Em São Caetano do Sul , não houve nenhum registro de latrocínio nos primeiros meses dos dois anos.

 

Dados da capital

O balanço mostra a piora em quase todos os índices de criminalidade na capital paulista entre fevereiro e março deste ano. De acordo com balanço sobre o mês de março divulgado nesta quinta-feira (25), houve redução apenas nos casos de vítimas de homicídio culposo – de 7 para 6 – e de latrocínio – de 15 para 10.

 

O número de vítimas de homicídios dolosos cresceu 37,3%, de 91 em fevereiro para 125 em março. Na comparação com março de 2012, a alta foi de 26,2%. À época, foram registradas 99 vítimas.

 

Os dados do governo estadual mostram também uma alta de 8% nos casos de estupro, passando de 287 em fevereiro deste ano para 311 em março. Os casos de estupro vêm crescendo desde dezembro de 2012.

 

O número de veículos roubados subiu 3.557 em fevereiro de 2013 para 4.378 em março – alta de 23%. Já os casos de furto de veículos passaram de 3.463 para 4.201 no mesmo período, um crescimento de 21%.

 

Em fevereiro não foi registrado nenhum homicídio doloso no trânsito . Em março, foram dois. Os casos de lesão corporal dolosa no trânsito, porém, subiram de 3.430 em fevereiro para 3.752 em março. No mês passado, o ciclista David Santos de Souza, de 21 anos, teve o braço direito decepado após ser atropelado enquanto andava de bicicleta na ciclofaixa da Avenida Paulista, no dia 12 de março, pelo motorista Alex Siwek. O braço do ciclista foi amputado por estilhaços de vidro do pára-brisa e permaneceu preso ao veículo. O motorista, um estudante de psicologia, de 21 anos, fugiu do local e depois jogou o membro em um córrego.

 

Estado

Em todo o estado de São Paulo, o número de vítimas de homicídios dolosos aumentou 9,95% entre março e fevereiro, saltando de 389 para 432 em março. No mesmo mês do ano passado foram registradas 410 vítimas de homicídio doloso – comparando com março de 2013, houve aumento de 5,3%.

 

O número de vítimas de latrocínio diminuiu entre um ano e outro, mas aumentou de fevereiro para março de 2013. Em março a SSP registrou 34 vítimas de roubo seguido de morte, ante 36 no mesmo mês de 2012 (queda de 5,5%). Entre fevereiro e março, porém, houve crescimento de 3%, saltando de 33 para 34.

 

Mortos por PMs na capital paulista

O número de mortos por policiais civis e militares em serviço na capital paulista caiu na comparação do primeiro trimestre de 2013 na comparação com igual período de 2012. Os mortos em confronto com a PM caíram de 64 entre janeiro e março de 2012 para 29 em 2013. Já os mortos pela Polícia Civil caíram de quatro para zero no mesmo período.

 

No primeiro trimestre deste ano, três policiais militares foram mortos em serviço, ante um no mesmo período de 2012. Já o número de policiais civis mortos em serviço caiu de oito para quatro. O número de mortos por policiais civis de folga mortos na capital manteve-se em um tanto do primeiro trimestre de 2012 quanto no de 2013. Nenhum policial militar de folga morreu no mesmo período da comparação anterior.

 

No estado, o número de pessoas mortas em confronto com a Polícia Civil, caiu de sete no primeiro trimestre de 2012 para dois no mesmo período deste ano em todo o estado de São Paulo. Já os mortos em confronto com a PM caiu de 112 para 65.

 

Já o número de vítimas mortas por policiais civis de folga caiu de nove para cinco na comparação entre o primeiro trimestre de 2012 e o mesmo período de 2013.

O número de policiais civils mortos em ação, manteve-se em um. Já o número de PMs mortos em trabalho subiu de dois para quatro. Entre janeiro e março deste ano, ninguém foi morto por policiais militares de folga, assim como em 2012.

G1

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