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Novo delegado-geral não teme cortar na ‘carne’

por MARCELO FERNANDES DOS SANTOS
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SÃO PAULO

Novo delegado-geral não teme cortar na própria ‘carne’

SÃO PAULO

{loadposition adsensenoticia}O governo de São Paulo anunciou ontem sua aposta para a Polícia Civil, o principal desafio na Segurança Pública do Estado: o novo delegado-geral, Marcos Carneiro Lima, de 53 anos. Ele coordenou investigações como a da falsificação da assinatura usada para quebrar o sigilo fiscal de Verônica Serra, filha do ex-governador José Serra, e a da morte do cartunista Glauco Villas Boas.

Carneiro Lima é desses delegados que não têm empresa de segurança nem usam a polícia para abrir portas na iniciativa privada. Ele saiu no braço com um colega para prender um policial corrupto. Fez carreira no distante 47º Distrito Policial, no Capão Redondo, zona sul, reservado durante muito tempo àqueles sem padrinhos na polícia. Foi trabalhar no Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP). Alguns colegas se queixavam de modos considerados rudes.

Da Homicídios, passou à Delegacia Antissequestro, onde prendeu os policiais militares e o motoboy envolvidos no assassinato do menino Ives Ota, sequestrado e morto em 1997. Foi trabalhar na Corregedoria da Polícia Civil, de onde foi afastado por prender muitos corruptos. Um dia, seu chefe o chamou e disse: “Vou tirar você (da Corregedoria) para te preservar.” Pouco antes, ele havia entrado na sede do Departamento de Narcóticos (Denarc) para prender policiais suspeitos de corrupção e brigou com um delegado, que tentou proteger os investigados.

Carneiro Lima caiu no ostracismo. Tornou-se professor de gerenciamento de crises na Academia da Polícia Civil e, no fim de 2007, passou a dirigir a Divisão de Homicídios. Foi neste cargo que ele conduziu as investigações sobre o assassinato do coronel José Hermínio Rodrigues, comandante do policiamento na zona norte de São Paulo, morto em 2008  por dois PMs que participavam de um grupo de extermínio, segundo investigações.

Hermínio era amigo do então secretário da Administração Penitenciária e futuro secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto. Com a posse de Ferreira Pinto, Carneiro Lima foi promovido à classe especial – posto mais alto da carreira. Em 2009, assumiu o Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro), onde estava até ontem.

OUTRAS MUDANÇAS

Além de Marcos Carneiro Lima, que assume o cargo de delegado-geral na Polícia Civil, uma mulher deve ser a segunda na hierarquia. Ana Paula Soares deve ser a nova subdelegada-geral. O lugar de Carneiro Lima no Demacro deve ficar com o delegado Youssef Chahin. O Departamento de Polícia da Capital, que cuida dos distritos policiais, deve ficar com o delegado Carlos José Paschoal de Toledo. Maria Inês Trefiglio Valente deve permanecer na Corregedoria da Polícia Civil e o delegado Wagner Giudice deve assumir o Departamento de Narcóticos. No DHPP deve permanecer Marco Antônio Desgualdo e no Departamento de Proteção à Cidadania, Dejar Gomes Neto.

Higor Jorge

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