Márcio Anselmo levou para Brasília dois delegados da equipe que atuavam no escândalo Petrobrás em Curitiba
Márcio Anselmo, na Superintendência da PF no Paraná. FOTO GERALDO BUBNIAK / ESTADÃO
Responsável por iniciar as investigações da Operação Lava Jato, em Curitiba, à partir da retomada em 2013 de um inquérito de 2009 que estava parado, o delegado da Polícia Federal Márcio Adriano Anselmo está prestes a assumir a Coordenação-Geral de Repressão à Corrupção (CGRC) da corporação, em Brasília.
E decidiu reforçar a equipe de lavagem de dinheiro com dois nomes da equipe de delegados do Paraná que atuavam com ele no escândalo Petrobrás para reforçar a nova estrutura da área: Maurício Moscardi Grillo e Renata da Silva Rodrigues.
Anselmo é considerado a alma da Lava Jato. Foi ele que sob o comando da delegada Erika Marena identificou nas escutas do Posto da Torre, em Brasília, do doleiro Carlos Habib Chater, o “Beto”, doleiro Alberto Youssef e desencadeou os fatos que resultaram em março de 2014 na primeira fase da Lava Jato.
Depois de ajudar a prender Marcelo Odebrecht, em junho de 2015, e conduzir as investigações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Anselmo deixou o grupo da Lava Jato em 2016, com a crise na força-tarefa gerada pelas interferências da Procuradoria Geral da República (PGR). Passou pelo cargo de corregedor na Superintendência da PF no Espírito Santo e atualmente comanda a Divisão de Repressão aos Crimes Financeiros (DFIN).
Com a troca de comando na PF e a assunção de Rogério Galloro, Anselmo foi indicado e aguarda nomeação para chefiar a nova estrutura da CGRC, que teve incorporada a DFIN, que agora virou Serviço de Repressão aos Crimes Financeiros (SFIN).
O setor será assumido pela delegada Renata e subordinado à Coordenação de Lavagem de Dinheiro (CLD), posto de Moscardi.
Moscardi, novo coordenador-geral de lavagem de dinheiro, estava na Lava Jato desde o começo do escândalo e atuava como substituto do delegado regional de Combate ao Crime Organizado do Paraná Igor Romário de Paula. Conduzia também a Operação Carne Fraca, contra corrupção na fiscalização do Ministério da Agricultura nas empresas de carnes e processados.
Renata entrou na Lava Jato na segunda fase, em que a equipe recebeu reforços com o crescimento da operação e foi uma das principais delegadas a conduzis os casos da Odebrecht.
Os dois também aguardam pela oficialização com a nomeação pelo ministro Extraordinário da Segurança Pública, Raul Jungamann. Eles foram transferidos de Curitiba nesta quarta-feira, 11 – quatro dias após a prisão de Lula.
Com a mudança, haverá um reforço na área de combate aos crimes financeiros, que agora ganham uma coordenação, e com atenção especial ao desvio de recursos públicos.
Com a “importação” de dois nomes da equipe da Lava Jato de Curitiba, Anselmo, quer enfoque especial na corrupção de agentes públicos e políticos e o espelhamento de técnicas de investigação que deram certo no escândalo Petrobrás.
Estadão
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