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Delegada Raquel Gallinati critica Oruam e defende punição em caso de “prisões forçadas”

Rapper Oruam “debochou” da polícia e forçou prisão para gerar conteúdo para documentário; veja a manobra

por Editoria Delegados

A delegada Raquel Gallinati criticou a postura do rapper Oruam ao afirmar que ele teria deliberadamente provocado sua própria prisão para gerar material para um documentário. Gallinati defende que pessoas que mobilizam a polícia de forma intencional para obter engajamento midiático sejam punidas, apontando a necessidade de um enquadramento legal para essas situações.

O episódio ocorreu em Santos (SP), quando Oruam foi detido após realizar manobras arriscadas com um veículo diante de uma viatura da Polícia Militar. O gesto, segundo investigações, visava produzir imagens para um documentário sobre sua trajetória. A ação atraiu uma multidão, gerando tumulto e levando à condução do cantor à delegacia.

Para a delegada, além da infração cometida, a atitude do rapper deveria configurar uma forma de “denunciação caluniosa”, embora reconheça que a legislação atual não contempla esse tipo de conduta. Ela alertou que, caso os policiais tivessem reagido de maneira mais enérgica, haveria implicações judiciais e defendeu a necessidade de punições para evitar esse tipo de situação. “Ele mesmo se colocou em risco por um objetivo midiático. Essa conduta tem que ser penalizada”, afirmou.

Gallinati também expressou preocupação com o que considera um desrespeito à polícia e uma inversão de valores na sociedade. Segundo ela, há uma tendência de transformar infrações em espetáculos, o que enfraqueceria a percepção de autoridade das forças de segurança. “A polícia virou figurante da autopromoção dele. Se tem poder econômico, paga a fiança e o crime vira entretenimento”, declarou.

Além da crítica ao caso específico, a delegada cobrou medidas para conter o que classifica como a “idolatria” ao crime na cultura popular. Ela ressaltou que, embora respeite a liberdade artística, é necessário evitar a apologia ao crime e o desrespeito às instituições policiais.

Oruam, que é filho de Marcinho VP, líder do Comando Vermelho, tornou-se alvo de um projeto de lei em tramitação na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. A proposta busca estabelecer limites entre a liberdade artística e a apologia ao crime, especialmente no uso de recursos públicos para shows e eventos voltados ao público infantojuvenil. Iniciativas semelhantes foram apresentadas na Câmara Municipal de São Paulo pela vereadora Amanda Vettorazzo (União Brasil) e no Congresso Nacional pelo deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil), com o objetivo de restringir financiamentos governamentais para eventos que contenham referências ao crime organizado.

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