Panfletos em favelas dão com dicas de como agir em tiroteios

RJ: ‘Nunca pegue granadas ou balas abandonadas como ‘brindes”, diz texto Moradores de comunidades do Rio estão recebendo orientação sobre como se comportar para se proteger em situações de perigo. Desenvolvido pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha, que atua em

Por Editoria Delegados

RJ: ‘Nunca pegue granadas ou balas abandonadas como ‘brindes”, diz texto

Moradores de comunidades do Rio estão recebendo orientação sobre como se comportar para se proteger em situações de perigo. Desenvolvido pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha, que atua em situações de guerra no mundo inteiro, o material aborda diversas situações que o morador dessas comunidades ficam suscetíveis no dia a dia. Balas perdidas, que atingiram pelo menos quatro pessoas desde sábado (17) – duas crianças morreram –, foram citadas no texto.

 

O presidente da filial do Rio da Cruz Vermelha, Luiz Alberto Sampaio, disse ao G1 nesta quinta-feira (22) que o trabalho é realizado atualmente em quatro comunidades com alto índice de violência: Maré, Parada de Lucas e Vigário Geral, no Subúrbio do Rio, e Vila Vintém, na Zona Oeste.

 

“Temos quatro núcleos de moradores voluntários. Eles fizeram cursos na Cruz Vermelha de noções de primeiros socorros, segurança, higiene e até noções de direito. Eles são multiplicadores de conhecimento nessas comunidades. Nosso objetivo é que os moradores se preservem. A gente minimiza o dano que eles possam sofrer”, garante Sampaio.

 

Cada núcleo possui cerca de 50 voluntários e, segundo a Cruz Vermelha, para expandir esse trabalho para outras regiões é necessário maior investimento e parceria, já que em cada uma das comunidades há uma sede para desenvolver o trabalho.

 

Balas perdidas

 

Entre as orientações difundidas no panfleto está como o morador deve se proteger durante tiroteios em áreas de risco. “Tentar correr para casa durante um tiroteio é pior. Fique esperto em casos de tiros disparados para o ar. Afinal, tudo que sobe, desce!”, diz o material.
Na noite desta quarta-feira (21), o menino Asafe Willian Costa Ibrahim, de 9 anos, morreu vítima de bala perdida na área de lazer do Sesi de Honório Gurgel, que fica no meio de comunidades como Chapadão, Pedreira e Palmeirinha.

 

Segundo Sampaio, o trabalho começou em sete comunidades, mas três delas (Cidade de Deus, Pavão-pavãozinho e Alemão) foram pacificadas e atualmente não estão mais inseridas no projeto. De acordo com o presidente da filial Rio, para expandir para outras regiões a Cruz Vermelha necessita de parcerias.

 

“Se a gente tiver mais apoio podemos desenvolver mais isso. Minorar o sofrimento humano é a nossa maior missão”, garante Sampaio, destacando que quem quiser ser voluntário dentro de uma das quatro comunidades que contam com o trabalho da Cruz Vermelha atualmente precisa ser morador, mas quem quiser ser voluntário para trabalhar em outras áreas do Rio pode se dirigir à Praça da Cruz Vermelha, número 10, no Centro do Rio, e procurar o setor de voluntariado. “Tem sempre um trabalho que as pessoas podem exercer para ajudar. A Cruz Vermelha é onde as pessoas podem exercitar o seu lado bom”, afirmou.
Veja dicas do panfleto distribuído nas comunidades:

 

1 – Identifique as ruas mais seguras. Ruas desertas ou escuras são mais perigosas. Por isso, ande por locais mais movimentados e conheça caminhos alternativos para o caso de algum imprevisto, isso pode te salvar do sufoco.

 

2 – Antes de ir a algum lugar onde o bicho pega de vem em quando, tente falar com quem mora lá ou conhece bem o local.

 

3 – Caso ande por lugares que conhece, identifique locais que podem servir de abrigo em caso de emergência.

 

4 – Aprenda a reconhecer os sinais de perigo, como fogos de artifício, lojas fechadas, ruas vazias, etc. Nestes casos, identifique um local seguro para se abrigar em caso de emergência.

 

5 – Agora, se você está na rua e, de repente começa um tiroteio, imediatamente procure um abrigo no prédio ou casa mais próximos.

 

6 – Fique longe das janelas. Se elas foram atingidas por uma bala perdida, o vidro quebrado pode te ferir ou até matar. Procure um local que tenha, pelo menos, duas paredes de tijolos separando você e o local de onde vem o som de tiros.

 

7 – Caso não dê, se jogue no chão. Tentar correr para casa durante um tiroteio, é pior. Fique esperto em casos de tiros disparados para o ar! Afinal, tudo que sobe, desce!

 

8 – Assim que possível, se arraste, sem se levantar, para um local mais seguro!

 

9 – Nunca seja curioso. Somente saia do seu abrigo ou chegue na janela quando tiver certeza de que o perigo acabou!

 

10 – Na hora do sufoco, se precisar avisar alguém, é bom ter à mão uma lista com os números de telefones importantes. Nervoso, você não vai conseguir lembrar o número de ninguém!

 

11 – Não há uma lei no Brasil que te obrigue a andar com documentos, mas você pode ser abordado pela polícia a qualquer momento. Neste caso, evite constrangimentos, sempre ande com documentos com foto. Além disso, coopere, não faça movimentos bruscos e mantenha as suas mãos em lugar bem visível.

 

12 – Nunca pegue granadas ou balas abandonadas como “brindes”, porque elas podem explodir e ferir você! Isso também serve para armas.

 

“O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) é uma organização neutra, imparcial e independente, cuja missão exclusivamente humanitária é proteger a vida e dignidade das vítimas de conflitos armados e outras situações de violência”, explica o material distribuído na Maré, Parada de Lucas, Vigário Geral e Vila Vintém.

G1

 

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