O narcoativismo se tornou uma estratégia perversa, em que o tráfico se alia ao discurso ideológico para minar a legitimidade da ação policial. Palavras e expressões como “genocídio”, “Estado opressor” e “polícia que mata” são manipuladas para construir uma narrativa em que o criminoso surge como vítima e o agente da lei, como agressor.
Essa inversão corrói o próprio coração do Estado Democrático de Direito. Ela nega à autoridade o poder legítimo de fazer cumprir a lei, substituindo o debate jurídico por manipulação emocional e política.
E qual resultado catastrófico disso? Observemos as ruas: a criminalidade se fortalece dia após dia, as comunidades seguem reféns e os policiais continuam enterrando seus colegas.
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É simplesmente inaceitável que o combate ao crime precise ser justificado.
Inaceitável que um policial, ao reagir a uma emboscada, tenha de se explicar mais nas redes sociais do que nas ruas.
Inaceitável que a defesa da vida — princípio básico da Constituição — seja relativizada só porque a vítima vestia uma farda.
Cada policial morto nas operações cariocas não representa apenas uma estatística. São símbolos da falência moral de um país que romantiza o bandido e condena o herói. A omissão do Estado, disfarçada de discurso “humanitário”, torna-se cúmplice do sangue derramado.
Enquanto as câmeras distorcem e os discursos inflamam, a polícia segue nas ruas — em luto, mas de pé. Quem jurou servir e proteger não tem espaço para covardia, nem tempo para retórica. Há apenas a missão.
Que o Brasil acorde antes de o narcoativismo transformar o dever em culpa, o policial em vilão e o criminoso em mártir. Ou será tarde demais para despertar?
Sobre a autora
Raquel Gallinati
Diretora da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil. Delegada de Polícia, especialista em Direito Penal e Segurança Pública, Mestre em Filosofia.
DELEGADOS
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