MP afirma que divulgar nome e foto de investigados não viola lei de abuso de autoridade

RS: Em vigor desde 3 de janeiro, norma gera dúvidas entre membros da Promotoria O Ministério Público do Rio Grande do Sul publicou recomendação para seus integrantes sobre a lei de abuso de autoridade, que entrou em vigor em 3 de janeiro, e restringiu a divulgação de informações sobre investigações criminais. Entre os 12 pontos […]

Por Editoria Delegados

RS: Em vigor desde 3 de janeiro, norma gera dúvidas entre membros da Promotoria


O Ministério Público do Rio Grande do Sul publicou recomendação para seus integrantes sobre a lei de abuso de autoridade, que entrou em vigor em 3 de janeiro, e restringiu a divulgação de informações sobre investigações criminais. Entre os 12 pontos destacados em documento assinado pelo procurador-geral de Justiça, Fabiano Dallazen, está o de que a divulgação não configura “por si só, crime de abuso de autoridade”.

O texto da lei 13.869/19, que ficou conhecida como Lei de Abuso de Autoridade, prevê punições a servidores públicos que expuserem suspeitos de forma abusiva ou mesmo que repassarem dados que possam ser consideradas desrespeitosos. No RS, Polícia Civil e Brigada Militar mudaram suas formas de comunicar ocorrências.

 

A Polícia Civil do RS decidiu, por exemplo, que “não serão mais divulgadas aos órgãos de comunicação fotos de suspeitos presos. A orientação é de que não sejam compartilhados ou divulgados vídeos e fotos de presos/investigados/indiciado/conduzidos, de qualquer espécie, ainda que estejam de costas ou que o rosto tenha o efeito desfoque”. Policiais militares também foram orientados a não publicar mais nas suas redes sociais imagens pessoais de abordagens de presos.

Já no entendimento do MP, a lei é violada quando se identifica que o agente público divulgou informações com “finalidade específica de prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal”.

Conforme o Dallazen, o documento é uma orientação interna para garantir segurança em caso de representações contra membros. No caso de promotores, a análise é conduzida pelo próprio procurador-geral de Justiça. No de policiais, a apuração é feita pelo por um promotor específico.

— São algumas orientações dizendo qual o meu entendimento sobre aqueles aspectos da lei. Para que eles (promotores) tenham segurança de como é que vou agir, caso venha uma representação. E também uma orientação para que promotores tenham essa atuação naqueles casos que eles tiverem de analisar. Isso dá segurança para quem investiga, para quem for falar e divulgar — explica o procurador.

Dalazzen ainda afirma que a lei provocou muitas dúvidas desde que entrou em vigor por suas restrições.

— De um lado, a lei estabeleceu algumas restrições importantes, algumas vedações, cerceamentos. Mas por outro lado, nós temos de ter em mente nosso dever de publicidade, transparência e direito de informação que a sociedade tem — concluiu.

Consultado por GaúchaZH, o subchefe da Polícia Civil, delegado Fábio Motta Lopes afirma que o texto proporciona mais segurança jurídica para delegados divulgarem informações que antes da lei entrar eram repassadas normalmente à imprensa.

No entanto, ressalta que não será repassada orientação geral para respeitar as decisões de cada delegado.

— Se o próprio MP diz que não configura abuso de autoridade, pode ser que algum policial volte a divulgar como era antes. Se hoje eu estivesse em delegacia, voltaria para aquele padrão. Divulgaria investigação, nomes e imagens, desde que fosse de interesse público — concluiu o delegado.

RESUMO DA LEI 13.869/19

O que passou a ser proibido, com relação a divulgação de imagens ou informações dos suspeitos de crimes:

Crimes punidos com detenção de seis meses a dois anos

Atribuir culpa publicamente antes de formalizar uma acusação.

Crimes punidos com detenção de um a quatro anos

Constranger um preso a se exibir para a curiosidade pública.

Constranger um preso a se submeter a situação vexatória.

Divulgar material gravado que não tenha relação com a investigação que o produziu, expondo a intimidade e/ou ferindo a honra do investigado.

Detalhe: não é necessário que a vítima acuse o agente público pelo fato. Os crimes são de ação pública incondicionada, ou seja, é dever do estado investigar. Isso é feito por corregedores das corporações ou pelo Ministério Público.

Gaucha ZH

DELEGADOS.com.br
Revista da Defesa Social & Portal Nacional dos Delegados

 

Veja mais

Candidato é eliminado de concurso para delegado por suposta ameaça a ex

(SC) Candidato já havia atuado como investigador de polícia em outro estado e foi alvo de sindicâncias e investigações internas por suspeita de abuso de autoridade. Também constavam registros de

Governo do Piauí investe mais de R$ 6 milhões em estrutura e viaturas para fortalecer a segurança em Teresina

(PI) Governador Rafael Fonteles destacou a política de integração das forças de segurança em áreas específicas da capital e do interior

‘Máfia dos Concursos’: investigado foi preso e por pouco não assumiu cargo de delegado

(PB) Conhecido como "Baby 10", Luiz Paulo tem histórico extenso de participação em fraudes de concursos — suspeito de envolvimento em mais de 67 certames —, e também apontado como

Governador Azevêdo inaugura Policlínica da Segurança Pública e destaca mais um investimento na valorização dos profissionais da Paraíba

(PB) A Policlínica conta com uma estrutura física com mais de 1000 m², três pavimentos e constitui o maior investimento já realizado em saúde e qualidade de vida para os

Polícias Civis da PB e RJ e GAECO bloqueiam mais de R$ 125 milhões do Comando Vermelho na Paraíba

(PB) A ação inclui o cumprimento de 26 mandados de prisão preventiva, 32 de busca e apreensão e o bloqueio judicial de valores que ultrapassam R$ 125 milhões.

Polícia Civil prende 128 suspeitos e cumpre 166 mandados na Operação Cerco Fechado no Piauí

(PI) A operação tem como meta reduzir os índices de criminalidade, desarticulando organizações criminosas e removendo das ruas indivíduos envolvidos em crimes graves

Por que a polícia brasileira elucida mais crimes que EUA, Canadá e Reino Unido?

O índice coloca o Brasil em posição superior a países como Estados Unidos (33,4%), Canadá (53,8%) e Reino Unido (5,7%), de acordo com dados oficiais e levantamentos divulgados pela imprensa
Veja mais

6 em cada 10 delegados de SP têm atividade extra para complementar renda, revela pesquisa do Sindpesp

Delegada Jacqueline Valadares, presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Estado de São Paulo
(SP) A informação consta no estudo “Raio-X da Carreira de Delegado de Polícia", encomendado pelo Sindicato para o Instituto Datapim. Foram entrevistados 711 delegados, entre ativos e inativos, em todo

Questionar decisões de delegado de polícia pode ser desacato!

30SET25-DELEGADO-DESACATO
Impugnar a capacidade intelectual do delegado de polícia ou suas decisões é o primeiro sinal formador que constata o desprestígio da função pública, elemento normativo do tipo penal do art.

Quem é a empresária que urinou no meio da rua, xingou delegado e foi presa

(DF) Delegado fixou fiança no valor de R$ 20 mil. Contudo, a consultora conseguiu liberdade provisória após efetuar o pagamento de R$ 13 mil. Já o motorista do veículo, natural

Aumento Salarial: Paraíba tem o governo que respeita quem faz segurança pública

(PB) Governador João Azevêdo assina medida provisória e assegura reajuste salarial acordado com as Forças de Segurança da Paraíba

Governador Azevêdo inicia o Curso de Formação da Polícia Civil com mais investimentos na Segurança da Paraíba

(PB) Concurso para 1.400 profissionais da Polícia Civil — o maior concurso que a Polícia Civil teve na sua história

Governo do Amapá reforça compromisso com a segurança pública ao anunciar novos gestores

Delegado Cezar Augusto Vieira (Melhores Delegados de Polícia do Brasil, Censo 2025) é o novo Secretário de Justiça e Segurança Pública (Sejusp)
(AP) O delegado Cezar Augusto Vieira (Melhores Delegados de Polícia do Brasil, Censo 2025) foi nomeado como novo titular da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). Já a Delegacia-Geral

Juízes e promotores poderão ser monitorados por geolocalização; e os delegados?

25SET25-JUIZES-REMOTO
Regra poderá ser aplicada também aos delegados? O delegado de policia trabalha por serviço, e não por expediente. O delegado de polícia é delegado de polícia, e não delegado de
Veja mais

Não é possível copiar este conteúdo.