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PRF morre em tumulto envolvendo seus filhos e Brigada Militar do RS; veja o vídeo!

por Editoria Delegados

RS: Irmãos deverão responder por resistência e tentativa de homicídio, segundo a Polícia Civil

O policial aposentado da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Fábio Zortea morreu, na madrugada desta segunda-feira (23), em uma ocorrência que envolveu dois de seus filhos e uma equipe da Brigada Militar (BM) em Torres, no Litoral Norte. Um dos filhos também foi baleado e está internado em estado grave no hospital. Os dois policiais envolvidos foram afastados.

De acordo com a BM, a corporação recebeu ligações, na noite de domingo (22), de pessoas que reclamavam de perturbação da ordem pública perto de uma padaria, situada na região central do município. Fábio e Luca, filhos de Zortea, estariam supostamente causando confusão num estabelecimento e na rua. Uma guarnição, com dois policiais militares, foi enviada ao local.

A versão da BM narra que os dois suspeitos teriam supostamente se negado a cumprir a ordem de parada e revista, passando a agredir um dos policias. Os irmãos também teriam imobilizado e tentado tirar a arma de um dos PMs.

No entanto, conforme o advogado que atende a família, Ivan Brocca, a BM agiu de forma “truculenta” e com “total despreparo”. Segundo ele, os dois irmãos estiveram na padaria, onde compraram cervejas. Na volta, pararam para recolher galhos secos de uma árvore que era adotada por um deles. Depois, ao chegarem em frente ao prédio onde moram, foram abordados pela BM. Ao ouvir a briga, o policial aposentado deixou o apartamento e foi até a rua, onde acabou baleado.

— Um vigilante particular viu eles limpando a árvore e acionou a Brigada por entender que se tratava de algum tipo de vandalismo. O pai, policial Zortea, e a família têm costume de plantar e adotar árvores na cidade. Tem essa cultura com a natureza, por isso os dois estavam ali. A BM os perseguiu até em casa, e chega de forma truculenta, despreparada, batendo nos dois. O vigia também participou das agressões — afirma Brocca.

O advogado da família afirmou que irá pedir a soltura dos irmãos e a prisão dos policiais militares e do vigia envolvidos no caso. Segundo Brocca, a versão da BM inverte os fatos:

— A equipe da Brigada chega batendo nos irmãos, foram os policiais que atiraram. E agora tentam inverter, afirmando que a família tentou matar os policiais. As imagens que temos falam por si. Zortea teve o instinto de defender os filhos e acabou sendo morto. Ainda que mudássemos o cenário, se tivesse ali pessoas praticando vandalismo, não justificaria o final dessa história. A polícia agiu de forma totalmente desproporcional, e agora alega que sofreu tentativa de homicídio.

Além do agente aposentado, um dos filhos, Fábio, também foi atingido por um disparo de arma de fogo. Ambos foram encaminhados ao Hospital Nossa Senhora dos Navegantes, em Torres. Durante a madrugada, Zortea acabou morrendo.

Fábio segue no hospital, em estado grave, segundo a defesa. Luca foi preso em flagrante e deve ser interrogado pela Polícia Civil ainda nesta segunda.

O caso será investigado pela Delegacia de Polícia de Torres. De acordo com o delegado Adriano Koehler Pinto, que estava de plantão no município na última noite, os dois irmãos devem responder por resistência e tentativa de homicídio, porque teriam agredido o policial.

O que diz a Brigada Militar

Conforme o capitão da Brigada Militar de Torres João César Verde Selva, um inquérito policial militar foi aberto para investigar o caso.

— Os tiros ocorreram, pelo relato da guarnição, para defender esse policial que estava sendo agredido e evitar que o outro também fosse. Não podemos, neste momento, dar nenhum parecer. Tudo será apurado e analisado

— informou o capitão.

Em nota oficial, a BM afirmou que lamenta a morte do policial aposentado e que “reforça a integração que mantém com a Polícia Rodoviária Federal”.

“O Comando Regional de Policiamento Ostensivo do Litoral (CRPO Litoral) já instaurou Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar os fatos e determinou como encarregado do IPM um oficial do Comando Regional, e não do 2º BPAT, a fim de manter total isenção e elucidar a ocorrência com a transparência necessária. (…) Tão logo o IPM seja concluído, no prazo máximo de 60 dias, a Brigada Militar prestará as devidas informações.”

A BM também informou que os dois policiais militares envolvidos na ocorrência foram afastados de suas atividades e “serão atendidos pelo serviço psicossocial prestado pelo Comando Regional, em Osório”. O afastamento é padrão, segundo a corporação, e ocorre para que a atuação dos brigadianos seja apurada.

O que diz a Polícia Rodoviária Federal

Em nota, a PRF manifestou solidariedade e “sincero desejo de conforto à família” do policial Zortea. A instituição afirmou que presta o apoio aos familiares e que irá acompanhar a apuração da Polícia Civil e da Brigada Militar, “enquanto se coloca à disposição em contribuir para uma justa e isenta investigação”.

Segundo a PRF, Zortea ingressou na instituição em 1994 e exerceu suas atividades na delegacia da PRF em Osório. Ele se aposentou em 2014.

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