Um advogado e outras 13 pessoas, incluindo nove também advogados, estão sendo investigados por um suposto esquema de fraudes judiciais que pode ter desviado até R$ 50 milhões. A atuação criminosa teria ocorrido no Rio Grande do Sul, com epicentro em Porto Alegre, e foi desarticulada na Operação Malis Doctor, deflagrada nesta quinta-feira, 8 de maio de 2025.
Como funcionava o esquema
Segundo a investigação, o grupo era ligado à empresa Pro Consumer e operava em três frentes:
- Núcleo jurídico: advogados responsáveis pelos processos judiciais;
- Núcleo de captação: empresas e agentes que abordavam as vítimas;
- Núcleo financeiro: contadores e sócios que controlavam os recursos desviados.
As vítimas, em sua maioria idosos, aposentados, policiais militares e professores, eram convencidas a fornecer documentos com a promessa de resolver problemas com empréstimos consignados. Posteriormente, recebiam depósitos oriundos de novos empréstimos feitos sem consentimento, acreditando se tratar de valores obtidos judicialmente. Transferiam então 30% desses valores ao grupo, como pagamento de supostos honorários.
Crimes sob investigação
O grupo é investigado por diversos crimes, incluindo:
- Estelionato (Art. 171 do Código Penal);
- Falsidade ideológica (Art. 299);
- Falsificação de documento particular (Art. 298);
- Uso de documento falso (Art. 304);
- Fraude processual (Art. 347);
- Apropriação indébita (Art. 168);
- Patrocínio infiel (Art. 355).
Ao todo, já foram abertos 15 inquéritos policiais, envolvendo vítimas físicas, requisições judiciais e instituições financeiras.
DELEGADOS
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