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Valorização salarial: delegados de SP cobram cúpula da Polícia por ações efetivas junto ao governo

por Editoria Delegados

SP: Em carta aberta, Associação destaca realidade desesperadora dos policiais paulistas, que recebem o pior salário do país

Em carta aberta endereçada ao Conselho Superior da Polícia Civil do Estado de São Paulo, a Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (ADPESP) cobra a cúpula da Instituição por maior engajamento na interlocução com o Poder Executivo pela valorização salarial dos policiais civis paulistas.

O estado de São Paulo paga o pior salário do país para os delegados: apenas R$ 10.382,48, menos da metade do que recebem os profissionais de Mato Grosso, com R$ 22.446,13. Situação semelhante é enfrentada pelos escrivães e investigadores, por exemplo. O levantamento salarial foi realizado pela ADPESP junto ao governo de todos os estados, incluindo o Distrito Federal, por meio da Lei de Acesso à Informação.

Na carta, os delegados pedem que os membros do Conselho da Polícia Civil “façam uso de toda sua força, de sua credibilidade, de sua liderança, de sua competência e – principalmente – de sua história, para que encetem efetivas gestões junto ao Governo do Estado de São Paulo para reivindicar a justa, urgente e necessária valorização de nossos policiais civis”

O documento também destaca ser “de notório conhecimento, dentro e fora da Instituição, que os vencimentos recebidos pelos policiais encontram-se entre os piores do país. Tal inconcebível realidade foi ainda agravada pelo aumento da alíquota previdenciária e a escalada galopante da inflação, achatando o poder de compra dos policiais civis a níveis talvez nunca antes existentes”.

A carta foi entregue ao delegado-geral Ruy Ferraz Pontes, em 27 de janeiro, pelo presidente da ADPESP, Gustavo Mesquita Galvão Bueno, que destacou ainda o maior déficit da história da Polícia Civil paulista, cerca de 15 mil cargos vagos.

Operação Padrão

O presidente da ADPESP, durante a reunião, alertou ao delegado-geral a iminente possibilidade de mobilização de uma Operação Padrão dos policiais civis em todo o estado. Esse seria o último recurso a ser adotado pela categoria diante da demora e do desprezo do governo em relação às reivindicações.

“O abandono e o descaso do governo estadual ficam cada vez mais nítidos. Temos hoje o maior déficit da história da Polícia Civil paulista. O governador João Doria encerrará seu mandato com menos profissionais do que quando assumiu a gestão. É a constatação de que segurança pública precisa de investimento, planejamento e boa gestão, e não de marketing,” conclui o presidente da ADPESP.

Levantamento feito pela ADPESP constatou o encolhimento da Polícia Civil paulista, que perde cada vez mais policiais, sem que haja reposição na mesma velocidade. Entre 2015-2021 (set) a instituição perdeu 10.852 policiais civis, em contrapartida, pouco mais de sete mil policiais se formaram na Acadepol no mesmo período.

A saúde mental dos policiais também preocupa: o suicídio entre policiais civis do estado de São Paulo registra índice epidêmico, sendo quase três vezes maior do que as mortes em serviço. Entre 2015-2021, 61 policiais civis tiraram a própria vida. No mesmo período, foram 21 policiais civis mortos enquanto trabalhavam. Todos os dados utilizados foram obtidos junto ao governo via Lei de Acesso a Informação (LAI).

Com 72 anos de história, a Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (ADPESP) é a maior e mais antiga entidade representativa de Delegados estaduais em todo o Brasil, com mais de três mil associados.

O presidente da ADPESP Gustavo Mesquita Galvão Bueno também preside a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Judiciária (ADPJ).

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