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Suspeito de ameaçar juiz do Maranhão que decretou “lockdown” é preso em Curitiba

por Editoria Delegados

PR e MA: Ação da Polícia Civili

A Polícia Civil do Paraná prendeu hoje, em Curitiba, o suspeito de ameaçar de morte o juiz Douglas de Melo Martins, da Vara de Interesses Difusos e Coletivos da Comarca da Ilha de São Luís. O mandado de prisão foi aberto, por conta das ameaças que fez ao juiz Martins após ele decretar “lockdown” no Maranhão.

Segundo a polícia, o suspeito é maranhense e reside no Paraná. Ele está sendo investigado por crimes de ameaça e coação, no curso do processo.

As ameaças feitas ao juiz foram publicadas pelo UOL em reportagem no último dia 4, quando o magistrado informou que enviou o caso para a polícia investigar.

Segundo o TJ (Tribunal de Justiça) do Maranhão, a investigação para chegar ao suspeito foi feita pelo delegado Odilardo Muniz, da Polícia Civil do Maranhão, que identificou o local de origem da conta do homem que mandava mensagens.

O UOL obteve algumas das mensagens enviadas ao perfil do magistrado Martins. Na sua página do Instagram, o suspeito se intitula “eleitor de Jair Bolsonaro” e diz que “Deus é única ‘arma’ capaz de mudar.”

“Cuidado ao transitar em São Luís, seu cretino”, diz uma das ameaças feita em um comentário postado no Instagram do juiz. “Se tu não fizer [cancelar o lockdown] vai morrer.. pois o Bope vai te pegar.. vamos bater na tua casa.. [sic]”, diz outro post, na mesma rede.

Ao UOL, o juiz Douglas Martins disse que a prisão do suspeito ajuda a frear a onda de intolerância que tomou conta do país.

“As pessoas já não se contentam em divergir e debater ideias diferentes. A diferença de pensamento é natural e necessária. Quando há essa divergência de pensamento do cidadão em relação a um agente público, é natural que este seja criticado. Essas críticas ajudam a melhorar a atuação destes agentes, portanto, de alguma forma, a crítica severa à atuação de agentes públicos é até desejável, não importa que esse agente público seja um vereador, delegado, juiz, promotor, deputado ou ministro do STF.

De outro lado, essa divergência de pensamento não pode transbordar para ofensas morais, ameaças de morte ou agressões físicas. Esses atos de violência têm sido direcionados a profissionais da imprensa, da saúde e outros. É preciso parar”, afirmou.

A reportagem não conseguiu contatos da defesa do suspeito, que deve ser transferido para São Luís, capital do Maranhão.

UOL

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