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Salva de tiros, discursos e emoção marcaram o enterro do policial civil Marcelo Soares no PI

(PI) "É hora de cuidar da nossa saúde mental", diz delegado-geral no velório de policial morto

por Editoria Delegados

Durante o velório do policial militar Marcelo Soares da Costa, de 42 anos, o delegado-geral da Polícia Civil do Piauí, Luccy Keiko, disse que todas as forças de segurança estão abaladas pela trágica morte do policial. Marcelo Soares foi assassinado a tiros na manhã de ontem (03), quando cumpria mandados de medidas cautelares na cidade de Santa Luzia do Paruá, no estado do Maranhão.

Lucy Keiko, delegado-geral da Polícia Civil do Piauí

“Eu mesmo não consegui dormir, e acredito que muitos colegas de profissão que aqui estão passaram a noite em claro, lamentando por tudo o que aconteceu”, declarou.

O corpo do agente será sepultado nesta quarta-feira (04) no Cemitério Jardim da Ressurreição, na zona Sudeste de Teresina. No local, também ocorre uma cerimônia com autoridades policiais e será realizada uma salva de tiros em homenagem ao agente.

Para Luccy Keiko, é hora de cuidar da saúde mental dos homens e mulheres que compõem a corporação, sobretudo daqueles que estavam mais próximos do policial Marcelo Soares.

“É hora de cuidarmos da saúde mental da corporação. Essa morte abalou a todos, sobretudo aqueles que estavam mais próximos a ele”, destacou.

O coordenador do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Francisco Baretta, também expressou pesar pela perda do policial civil e comentou sobre a valorização da profissão.

“É muito triste ver um colega tombar. É uma profissão que realmente exige vocação, e nesse momento é que percebemos a necessidade da valorização, porque nós somos servidores públicos apenas na palavra, mas somos diferenciados justamente por sermos os que vão lá dar a cara, o corpo, para o bandido meter bala, em defesa da sociedade.

Sabemos disso, mas fazemos com garra, força e determinação. O Marcelo está partindo, ficamos doloridos, mas temos que continuar, até em homenagem a ele”, relatou Baretta emocionado.

Os policiais que realizaram a prisão de Bruno Arcanjo, suspeito de assassinar Marcelo Soares, o descreveram como um homem frio.

“Ele não demonstrou, no momento da prisão, nenhum arrependimento pelo que fez”, disseram.

Durante o interrogatório, o suspeito afirmou que não sabia que se tratava de policiais.

“A polícia entra anunciando a sua chegada. A equipe rompeu a primeira barreira, e ele não realizou nenhum disparo. Somente quando viu o Marcelo colocando o braço pela grade para romper o cadeado, foi que ele efetuou os disparos. Ele agiu de forma premeditada. Sabia que estava atirando em policiais”, afirmou a polícia.

O delegado-geral Luccy Keiko ressaltou ainda que a Polícia Civil do Piauí vai acompanhar de perto o inquérito da morte do policial civil Marcelo Soares da Costa. “E, quando digo acompanhar de perto, isso inclui colocar um advogado para ser assistente da acusação, para garantir que esse homem fique décadas na cadeia”, finalizou.

Coordenador diz que não houve erro durante abordagem que terminou com policial civil morto

A morte do policial civil Marcelo Soares da Costa não vai parar o Departamento de Combate às Ações Criminosas Organizadas (DRACO), prometeu o coordenador do Draco, delegado Charles Pessoa, durante o velório do policial.

“No que diz respeito às ações do Draco, nós iremos intensificar o combate às ações criminosas; jamais iremos recuar, até porque temos que honrar o nosso irmão Marcelo, que morreu combatendo a criminalidade. Jamais, jamais iremos recuar”, disse.

O policial Marcelo Soares da Costa morreu ontem (03) durante operações do Draco na cidade de Santa Luzia do Paruá (MA). Quatro policiais civis do Piauí e um do estado do Maranhão entraram na casa de Bruno Arcanjo para cumprir um mandado de prisão dentro da operação Turismo Criminoso.

Bruno realizou disparos de arma de fogo contra os policiais e acabou atingindo Marcelo no tórax. Ele foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.

“O Marcelo fez o bem, porque, quando combatemos a criminalidade, estamos fazendo o bem. Continuaremos, sim, multiplicando esse bem que o Marcelo nos ensinou. Continuaremos firmes no combate às facções criminosas; não iremos recuar jamais. Vamos redobrar os nossos cuidados para que a gente não passe por outra situação como a que passamos na manhã de ontem”, acrescentou Charles Pessoa.

Delegado Charles Pessoa diz que não houve erro na operação em que policial foi morto
Marcelo Soares morreu durante uma operação deflagrada na cidade de Santa Luzia do Paruá, no Maranhão.

O delegado Charles Pessoa, coordenador do Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO), se pronunciou a respeito da operação em que o policial Marcelo Soares da Costa foi assassinado. Em entrevista à imprensa na noite desta terça-feira (3), ele descartou a ocorrência de qualquer erro operacional que possa ter facilitado a morte do agente do DRACO.

Charles Pessoa afirmou que Marcelo Soares era experiente e adotava todos os cuidados possíveis nas operações, e realmente foi vítima da covardia do atirador, Bruno Manoel Gomes Arcanjo, alvo da Operação Turismo Criminoso, que recebeu a equipe da Polícia Civil do Piauí a tiros na cidade de Santa Luzia do Paruá (MA).

“Muita gente já me perguntou se houve falha do Marcelo, eu tenho certeza e asseguro que o Marcelo não cometeu nenhum erro, ele era muito técnico, muito cuidadoso e eu tenho certeza que adotou todos os protocolos para que nem ele e nenhum membro da equipe sofresse algum dano, mas infelizmente nós perdemos o Marcelo nessa situação”, declarou o delegado.

“Não vai ficar impune”

O coordenador do DRACO ressaltou que as forças de segurança do Piauí irão atuar para que o assassinato de Marcelo não fique impune.

“Esse crime não vai ficar impune, a gente vai acompanhar de perto, a Secretaria de Segurança Pública do Maranhão e a Polícia Civil estão dando todo o suporte a Secretaria de Segurança Pública do Piauí, para que esse criminoso seja responsabilizado por esse crime. Ele tirou a vida de um cidadão de bem, de um homem que dedicava praticamente de forma integral o seu tempo, a sua vida para servir a sociedade, para combater o crime, e infelizmente morreu nesse contexto”, completou o delegado Charles Pessoa.

Da Redação e do Cidade Verde

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