MINAS GERAIS
Primo de Bruno acusa delegado
Tortura no Caso Samudio
MINAS GERAIS
{loadposition adsensenoticia}O réu Sérgio Rosa Sales, primo do goleiro Bruno Souza, acusou o delegado Edson Moreira, chefe do Departamento de Investigações de Minas Gerais, de tê-lo torturado nas dependências do órgão e o obrigado a depor de modo a deixar clara a participação dos outros oito réus no desaparecimento de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro que está desaparecida desde o início de junho deste ano.
Sales, conhecido como Camelo, aproveitou audiência que está sendo realizada nesta quarta-feira (3) no fórum da cidade de Ribeirão das Neves para fazer a acusação. Ele pediu a palavra à juíza Lucimeire Rocha, que colhe depoimentos de testemunhas arroladas por meio de carta precatória, e atacou o delegado.
Sales disse que foi torturado com um saco plástico e pediu para ser transferido do Ceresp São Cristóvão, anexo ao departamento chefiado por Moreira.
Ele ainda afirmou que o delegado indicou o seu advogado de defesa, Marco Antônio Siqueira. A pedido de Sales, ele foi desconstituído durante a sessão. No seu lugar, Camelo indicou a permanência de Wiler Vidigal, que já trabalhava com Siqueira, que não estava no local.
Depoimentos anteriores de Sales, juntamente com os do adolescente J., outro primo do atleta, nortearam boa parte das investigações sobre o desaparecimento da moça.
“Eu estou tentando levantar com ele, se ele sofreu alguma intervenção por parte de terceiros. Acredito que ele não está sendo ameaçado pela polícia. Até agora eu não percebi nenhum assédio policial”, disse Vidigal, dando a entender que o cliente pode estar sofrendo pressão de advogados que cuidam da defesa dos outros réus.
A magistrada que preside a audiência afirmou que vai constar em ata o pedido de Sales para a troca de advogados.
O delegado Edson Moreira rebateu as acusações e disse que a acusação “faz parte de estratégia da defesa” e foi feita nesse momento “porque está chegando a hora de os réus falarem”. Ele ainda ressaltou que o advogado de defesa acompanhou todos os interrogatórios aos quais Sales foi submetido.
“Acho engraçado que ele (Sales) teve um bom tempo para fazer essa denúncia e só o fez agora. É muito estranho, não?”, questionou o delegado.
A audiência que é realizada em Ribeirão das Neves é uma retomada de sessão anterior, realizada no dia 6 de outubro, quando cinco testemunhas foram ouvidas. Hoje estavam programados depoimentos de 15 testemunhas de defesa. No entanto, quatro delas foram dispensadas e uma não foi intimada por estar internada. Até o momento, cinco pessoas foram ouvidas. No Estado de Minas Gerais, essa é a 10ª audiência realizada para audição de testemunhas arroladas no processo.
O goleiro Bruno chegou a se emocionar na chegada ao local, ao ver familiares e amigos com faixas de apoio. Antes do início da sessão, as duas filhas dele, de 2 e 4 anos, ficaram aproximadamente meia-hora no colo do pai.
Dayanne de Souza, ex-mulher de Bruno, abraçou as filhas antes do início do interrogatório. Por volta do meio-dia, o goleiro começou a chorar e permaneceu assim por dez minutos.
UOL
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