Início » Policiais civis recorrem da decisão de ilegalidade da greve

Policiais civis recorrem da decisão de ilegalidade da greve

por MARCELO FERNANDES DOS SANTOS
24jun10-df-greve-1

DISTRITO FEDERAL
Policiais civis recorrem da decisão de ilegalidade

Greve continua

DISTRITO FEDERAL

{loadposition adsensenoticia}Os policiais civis desafiaram a decisão judicial que decretou a greve ilegal e determinou a volta imediata da categoria ao trabalho. O Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol) recorreu da decisão ontem no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), mas o julgamento do recurso só deve ocorrer hoje. Com delegacias e outros serviços parados, como o disque-denúncia e a confecção de carteiras de identidade, os policiais tiveram um dia de mobilização. À tarde, cerca de 1.200 agentes, delegados, escrivães, peritos e médicos-legistas se reuniram em frente ao Ministério do Planejamento, na Esplanada dos Ministérios, para protestar contra a resistência do governo federal em aprovar o aumento salarial médio de 28% para os agentes.

Policiais civis queimaram um caixão na Esplanada para protestar contra o veto do reajuste salarial

 

A manifestação durou mais de duas horas e causou longos engarrafamentos no Eixo Monumental. Por duas vezes, as seis faixas da pista, no sentido Congresso-Rodoviária, foram bloqueadas pelos manifestantes. “A responsabilidade da greve é exclusivamente do governo federal”, ressaltou o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol), Wellington Luiz de Souza. Os manifestantes fizeram “um enterro simbólico da autonomia do DF” e queimaram um caixão de madeira. Todo o piquete foi acompanhado por escolta da Polícia Militar. Segundo o comando de greve, todos os 6.500 sindicalizados adeririam à paralisação.

De acordo com a categoria, cujo salário inicial é de R$ 7.514,37, o reajuste foi negociado pelo GDF e seria diluído em cinco parcelas ao longo de três anos. Mas a proposta não foi aprovada pelo governo federal. Embora tenha sido suficiente para que o TJDFT acatasse a ação do Ministério Público do DF e julgasse a greve ilegal, o argumento de que a Polícia Civil de Brasília é a mais bem paga do Brasil pareceu irrelevante aos manifestantes. “Por maior que seja o salário do policial, ele ainda será pouco perto do que temos que enfrentar”, disse Luciano Marinho, diretor sindical de comunicação do Sinpol. “O último aumento que tivemos, de 3%, foi em fevereiro do ano passado”, acrescentou Ciro de Freitas, vice-presidente do sindicato.

Ainda que a Justiça aceite o recurso do sindicato, apenas a assembleia geral, marcada para amanhã, definirá se os policiais seguem ou não paralisados. Se o recurso for julgado improcedente, o Sinpol está sujeito a multa de R$ 100 mil por dia de greve. As delegacias deixam de registrar, em média, 100 ocorrências por dia com a suspensão dos serviços à população. Mesmo com possíveis punições aos policiais e consequências para a população, a categoria deve permanecer mobilizada até o dia 30, prazo final para decisão do Ministério Planejamento sobre o assunto.

Além das delegacias, a greve dos policiais civis também prejudica o atendimento em outros departamentos, como nos institutos de Medicina Legal (IML) e de Criminalística (IC). No caso do primeiro departamento, o quadro de servidores é composto em sua maioria por agentes de polícia. O IML está funcionando em caráter emergencial, ou seja, somente em casos graves — como atentado violento ao pudor — e flagrante.

Com a greve, o serviço no instituto diminui para 15% da capacidade. O vendedor Thiago de Araújo, 22 anos, sofreu um acidente de carro e precisava tirar um laudo no IML para dar entrada no seguro DPVAT. Porém, foi informado que o serviço estava suspenso enquanto durar a greve. “Não sei o que vou fazer agora. Porque pode ser que o exame não tenha mais efeito caso eu me recupere da lesão”, disse o morador de Ceilândia.

O que para com a greve da Polícia Civil

» As delegacias registram apenas ocorrências de flagrante e que envolvem morte. Crimes de menor potencial ofensivo não são registrados.

» Os cartórios não encaminham inquéritos, exceto quando o réu está preso ou com vencimento de prazo.

» As investigações de crimes não solucionados são congeladas.

» A Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher registra ocorrências, mas só concede medidas de proteção às vítimas em caso de lesão grave. As demais são enviadas ao Ministério Público ou Defensoria Pública.

» O disque-denúncia (197) é desativado e se restringe ao anúncio de flagrantes ou risco ao policial.

» A confecção de carteiras de identidade nas delegacias e nos postos Na Hora fica suspensa, exceto para idosos, portadores de necessidades especiais e gestantes.

 

CLIQUE AQUI e veja convoação da Adepol DF

 

Correio Braziliense

DELEGADOS.com.br
Revista da Defesa Social
Portal Nacional dos Delegados

você pode gostar