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PMs não acham delegado e soltam suspeito de homicídio

por MARCELO FERNANDES DOS SANTOS
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GOIÁS

PMs não acham delegado e soltam suspeito de homicídio

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{loadposition adsensenoticia}Um homem de 19 anos, suspeito de matar dois jovens em Aparecida de Goiânia (GO) na madrugada de desta terça-feira, foi liberado pelos policiais militares que o prenderam porque não havia delegado de plantão na delegacia que atende a região onde ocorreu o crime, o 4º Distrito Policial da cidade. Os delegados estão em greve desde ontem, reivindicando um reajuste salarial de 30%.

O homem teria sido encontrado pelos policiais militares próximo aos dois corpos, que estavam dentro de um veículo na avenida Rio Verde, uma das mais movimentadas da cidade, no Setor Santa Fé. Primeiro, ele teria dito que estava com os dois amigos no carro quando foram fechados por um Gol Prata, do qual teriam descido dois homens que atiraram contra eles.

A versão do rapaz teria sido derrubada pelos peritos do Instituto de Criminalística (IC). Os tiros teriam partido de dentro do carro. Os dois jovens foram mortos cada um com um tiro na cabeça por alguém que estava no banco de trás.

O homem então teria dito aos policiais que estava junto a um quarto rapaz, que seria o autor dos disparos. “Ele disse que estavam em um bar e havia pego uma carona com eles. No caminho começaram a discutir sobre um carro e sobre drogas e aí esse quarto elemento sacou uma arma, disparou e fugiu”, disse o major Jesus Nunes Viana, comandante da 26ª Companhia da Polícia Militar, em Aparecida.

Os policiais resolveram prendê-lo e levá-lo para o 4º DP (Setor Garavelo), para que o delegado o interrogasse. Entretanto, ao chegarem à delegacia descobriram que o delegado plantonista estava em greve e não foi trabalhar. Segundo o major Viana, a solução foi liberar o suspeito. “Agora a Polícia Civil vai verificar depois se ele é ou não culpado pelas mortes”, disse.

O delegado Waldson de Paula Ribeiro, presidente da Associação dos Delegados da Polícia Civil de Goiás (Adpego), confirmou que 100% dos delegados estão em greve no Estado, mas disse que o rapaz não foi preso por ser menor de 18 anos, apesar da PM ter dito que o jovem tem 19 anos. Entretanto, pediu para que a reportagem entrasse em contato com o delegado regional de Aparecida, Álvaro Cássio dos Santos, que teria mais informações. Este, por sua vez, pediu para que fosse contatada a delegada titular do 4º DP, Cybelle Silva Tristão.

A delegada disse que o plantonista estava na sede da Adpego, seguindo orientação do comando de greve, que é para que todos os delegados ficassem em assembleia permanente. “Não tenho detalhes do caso, mas isso aconteceu e vai continuar acontecendo enquanto estivermos em assembleia permanente, por determinação da Adpego”, disse a delegada.

A reportagem tentou entrevistar o delegado-geral da Polícia Civil de Goiás, Aredes Correa Pires, mas ele não foi localizado. A Secretaria Estadual de Segurança Pública informou que vai entrar na Justiça com pedido de ilegalidade da greve.

A paralisação dos delegados foi decidida na semana passada, depois que o governo estadual sinalizou que não atenderia as reivindicações relacionadas às perdas salariais por falta de caixa. Os delegados reclamam perdas salariais de pelo menos 30% nos últimos cinco anos. Os delegados de classe especial estão sem reajuste desde 2003.

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