Pela primeira vez, um brasileiro assume o comando da maior organização policial internacional. Urquiza iniciará suas funções a partir da quinta-feira (7). A eleição ocorreu durante a 92ª Assembleia Geral da Interpol, realizada em Glasgow, no Reino Unido, reunindo aproximadamente 1.000 participantes, entre representantes de cerca de 150 nações, incluindo ministros, secretários de Estado e chefes de polícia.
Autoridades brasileiras, como o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, marcaram presença no evento. Ao todo, a assembleia congrega líderes de 196 países-membros.
Urquiza participará de sua cerimônia de posse nesta quarta-feira (6) e, embora continue vinculado como delegado da PF, dedicará-se exclusivamente às suas novas responsabilidades na Interpol. O evento de Glasgow se encerrará no dia 7 de novembro, com a definição das sedes das futuras assembleias programadas para 2026, 2027 e 2029. Conforme comunicado pela Polícia Federal, as reuniões visam fortalecer a cooperação internacional no enfrentamento ao crime organizado.
Impacto para a Segurança Pública Brasileira
“Ter um brasileiro na chefia da Interpol é motivo de grande orgulho”, declarou o ministro Lewandowski à GloboNews. “É uma entidade de extrema relevância, com mais países-membros que a própria ONU. Valdecy é um de nossos policiais mais capacitados, com vasta experiência internacional. Ele será o primeiro brasileiro e o mais jovem líder na história da Interpol.”
Andrei Rodrigues, diretor-geral da PF, destacou a importância histórica do momento: “É a primeira vez em cem anos que o mais alto cargo da Interpol será ocupado por um brasileiro. Essa conquista reflete o compromisso e o reconhecimento internacional da Polícia Federal e do Brasil.” Ele enfatizou que a instituição continuará apoiando Urquiza e que essa nomeação é resultado do empenho em consolidar o papel do país no cenário global.
Mário Sarrubbo, secretário nacional de Segurança Pública, reforçou a relevância da eleição: “A nomeação de Urquiza sublinha a relevância da atuação da Polícia Federal no combate ao crime organizado. Para o Brasil e a América Latina, esse é um marco importante, que promove uma maior conexão com outras nações e fortalece a troca de informações cruciais para a segurança pública.”
A presença de um brasileiro à frente da Interpol reforça o prestígio das forças de segurança nacionais no contexto global. Sarrubbo comentou que a trajetória de Urquiza, vindo de um país com desafios significativos no combate ao crime organizado, traz uma perspectiva relevante para entender as dinâmicas criminais mundiais, incentivando a integração entre os órgãos de segurança.
Perfil de Valdecy Urquiza
A eleição de Urquiza demonstra o peso que o governo brasileiro dá ao combate ao crime transnacional. O mandato, de cinco anos, terá início em 2025. “Pela primeira vez em cem anos, a liderança da Interpol será ocupada por um cidadão de um país em desenvolvimento”, informou a PF.
Maranhense, Urquiza possui quase duas décadas de atuação na Polícia Federal. Formado em Direito pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR), possui especialização em Energia, Meio Ambiente e Recursos Naturais pela PUC-SP e complementou sua formação com programas acadêmicos na Agência Japonesa de Cooperação Internacional (Jica) e na Universidade de Virgínia, EUA, focando em Justiça Criminal e Ciências Políticas.
Sua trajetória profissional inclui início como analista da Caixa Econômica Federal em 2000. Em 2007, ingressou na PF como Encarregado de Polícia, ascendendo a Líder de Assuntos Internacionais em sete anos. Sua ligação com a Interpol começou em 2015, quando assumiu a liderança da Central Nacional no Brasil, culminando com sua eleição como Vice-Presidente para as Américas em 2021. Nesse período, também liderou a Cooperação Legal Internacional da PF.
A Interpol, fundada em 1923 e sediada em Lyon, França, é composta por 196 países-membros. Atua coordenando operações e fornecendo ferramentas para o combate ao crime internacional, como alertas, sendo o “alerta vermelho” um dos mais notórios, equiparando-se a uma ordem internacional de captura.
Brasileiro no comando da Interpol: fortalecimento da segurança, benefícios para as polícias e elevação do prestígio do Brasil
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