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Justiça suspende prisão de Mizael, indiciado por morte de ex

por MARCELO FERNANDES DOS SANTOS
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SÃO PAULO

Justiça suspende prisão de Mizael
Indiciado por morte de ex

SÃO PAULO

{loadposition adsensenoticia}O juiz Jayme Garcia dos Santos Junior negou pedido de manutenção da prisão temporária de Mizael Bispo de Souza, ex-namorado e principal suspeito, segundo a polícia, de ter mata a advogada Mércia Nakashima. Indiciado pelo homicídio nesta quarta-feira, Mizael agora pode desfrutar da liberdade enquanto não houver novo decreto de prisão.

A decisão foi baseada em manifestação do Ministério Público, que afirmou que os argumentos usados no pedido de manutenção não estavam de acordo com a legislação que rege a prisão temporária. Além disso, o juiz também negou a conversão da prisão temporária em preventiva por falta de comprovação dos requisitos necessários garantia da ordem pública, conveniência da instrução criminal e garantia da aplicação da lei penal.

“Nada de concreto existe no sentido de que a liberdade do investigado coloca em risco o desenvolvimento da instrução criminal. Ao revés, o promotor de Justiça destacou que o averiguado Mizael nunca teve postura contrária à apuração do ilícito”, afirmou Santos Junior na decisão.

Na decisão, o magistrado ainda critica a posição do promotor Rodrigo Merli Antunes, que classifica de “verdadeiro diálogo de ambiguidade”. “Embora admita que o decreto primeiro não obedeceu aos comandos legais atinentes à matéria, [o promotor] roga a manutenção da custódia, invocando situação estranha aos ditames da norma de regência”.

“É certo que somente uma resposta enérgica pode conter o incomensurável aumento da criminalidade. Contudo, necessário resistir à tendência de, em época de delinquência exacerbada, afastar-se daquelas disposições assecuratórias estampadas na Constituição Federal, e usar a prisão provisória, qualquer espécie delas, como antecipação de sinete condenatória e da execução da pena”, afirmou o magistrado.

HISTÓRICO

Mércia foi vista pela última vez na casa dos seus avós no dia 23 de maio. O carro da advogada foi encontrado no dia 10 de junho em uma represa na cidade de Nazaré Paulista (a 64 km de São Paulo), após indicação de um homem que viu o veículo ser empurrado enquanto pescava. No dia seguinte seu corpo foi encontrado no mesmo local, após ela ter ficado desaparecida por 17 dias.

O vigia Evandro Bezerra Silva, suspeito de participar do crime, foi preso na madrugada de sexta-feira em Sergipe e transferido para São Paulo no dia seguinte. Em um primeiro depoimento, à polícia sergipana, ele negou qualquer envolvimento no crime, mas mudou a versão posteriomente, acusando o ex-namorado de Mércia. Ele disse que combinou com Mizael de buscá-lo na represa no dia do desaparecimento. Para a polícia, Silva e Souza criaram uma armadilha para Mércia.

“No calor da apresentação na delegacia, o Evandro disse o que ele quis. Só que ao mostrar as evidências ou ele negaria ou ele tentaria adequar a versão para minimizar a participação dele, como ele fez. Ele disse que não matou a Mércia, apenas socorreu o amigo que estava sozinho na beira da represa”, afirmou o diretor do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) de São Paulo, Marco Antônio Desgualdo.

Desde que a prisão de Mizael foi decretada, o advogado Samir Haddad Junior afirma que orienta seu cliente a não se entregar. “”Mizael só se apresenta sem algema e sem prisão”, disse, mais cedo, nesta quarta-feira. Já o delegado responsável pelo caso, Antônio de Olin, do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), disse que a prisão de Mizael era uma prioridade.

Folha

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