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Juiz acusado de espancar mulheres é preso

por MARCELO FERNANDES DOS SANTOS
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Juiz acusado de espancar mulheres é preso por policiais

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O juiz José Carlos Remigio, preso por agressão à namorada e desacato a policiais militares, tentou todos os argumentos para convencer a imprensa de que não respondia a nenhum processo por ações semelhantes. Porém, os registros da Delegacia da Mulher provam o contrário. No Boletim de Ocorrência de número 0059-A8-0046, datada de 307\2008 há uma queixa re-gistrada por Maria Luiza dos Santos Messias, ex-esposa do magistrado, sob acusação de ameaça de agressão física.

Antes de ser levado preso para o Corpo de Bombeiros, juiz agrediu a imprensa e prometeu perseguir militares que o prenderam após espancar Cláudia Granjeira

No novo episódio envolvendo o juiz, ocorrência do dia 25 de dezembro passado, a vítima, Cláudia Granjeiro, teria pedido anulação da denúncia com o intuito de garantir a liberdade do acusado, que continua preso no Corpo de Bombeiros, no bairro Trapiche da Barra.

No último dia 31, o advogado Fernando Maciel, defensor de Remígio, entrou com pedido de liminar junto ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ) para revogação e relaxamento de prisão do seu cliente. Mas nesta terça-feira (05) recebeu a decisão em desfavor do juiz com os seus pedidos negados. Segundo Maciel, não havia necessidade de o magistrado permanecer preso já que as partes envolvidas – ele e a namorada – haviam feito acordo no sentido de não ingressarem (um contra o outro) com ação penal. No entanto, há uma ação penal pública contra o magistrado e o processo tem que continuar. O advogado se sentia seguro diante de um termo assinado por Cláudia Granjeiro no dia 29, quatro dias após a ocorrência, alegando não sentir-se ameaçada pelo namorado.

Visivelmente embrigadao,o juiz Carlos Remígio, de São Miguel dos Campos, é preso em Maceió após espancar a namorada

REINCIDENCIA – Na Delegacia da Mu-lher existe um Boletim de Ocorrência cujo histórico relata que Maria Luiza dos Santos Messias foi ameaçada por Remigio no juizado onde trabalha. Ambos estavam em processo de separação e ela teria entrado na Justiça com pedido de pensão alimentícia, razão que causou a revolta do magistrado.

No BO diz que “o noticiado foi até o juizado e disse que não concordava com o pedido de 30% e que só pagaria a metade. Deixou claro ainda que o dinheiro seria somente para a criança e nada para ela [Luiza]. Caso discordasse, ele entraria com agravo de instrumento no Tribunal contra a solicitante e reduziria o valor da pensão para 10%”. Esse processo tramita na Corregedoria Geral de Justiça.

A denunciante, mediante a fala do juiz, teria dito para que Remigio ficasse à vontade para qualquer ação. Ele, por sua vez, conforme o boletim, “ficou enfurecido e disse que se ela o chamasse de feio, quebraria sua cara. A vítima pegou o telefone para pedir socorro já que a sala estava fechada. O juiz tomou o telefone da sua mão e ameaçou agredi-la fisicamente. A vítima gritou e neste momento, a funcionária Benita entrou na sala e pediu para que ele parasse. A ex-companheira saiu da sala e este a acompanhou , tentou agredi-la novamente , mas foi impedido por um policial militar. Em seguida, o juiz saiu do local.

ESPANCAMENTO – Na tarde do dia 25 de dezembro, o juiz José Carlos Remígio, de São Miguel dos Campos, necessitou ser interceptado por guarnições da Radiopatrulha (RP) da Polícia Militar, após ser acusado de espancar a namorada Cláudia Granjeira dentro da caminhonete Hilux SRV, de placa MUY-5059/Maceió-AL, nas imediações de um hipermercado. Além disso, o juiz, visivelmente embriagado, desacatou os policiais militares, inclusive prometendo retaliação pela ação, considerada pelo magistrado como abusiva. Por determinação, a guarnição conduziu José Carlos Remígio até a sede do Tribunal de Justiça (TJ/AL) onde foi ouvido pela presidente desembargadora Elizabeth Carvalho. O depoimento começou por volta das 22h50 e, de lá, ele já saiu para a carceragem do Corpo de Bombeiros.

Antes de ir à sala da desembargadora, José Carlos Remígio se alterou com a imprensa e ainda tentou agredir uma equipe de telejornalismo. O magistrado já teria se envolvido, também, em outra confusão, sido levado para a Deplan III, mas liberado pelo delegado plantonista.

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