Guerra do tráfico leva terror a bairros do Rio
Pelo menos cinco pessoas – dois PMs e três supostos criminosos – morreram no confronto entre traficantes rivais e policiais
RIO DE JANEIRO
Pelo menos cinco pessoas – dois PMs e três supostos criminosos – morreram no confronto entre traficantes rivais e policiais neste sábado (17), no Morro dos Macacos, nos bairros de Vila Isabel e Sampaio, no Rio de Janeiro.
Além dos dois policiais mortos, cujos nomes não foram divulgados, o relações públicas da PM, major Oderlei Santos, informou que oito pessoas ficaram feridas – dois moradores, três supostos criminosos e três PMs. Um deles foi o Major PM José Busnello, atirador de elite, que ganhou notoriedade ao atingir com um disparo de longa distância o assaltante de uma farmácia na Tijuca, na Zona Norte.
Pelo menos cinco ônibus foram destruídos por criminosos em bairros diferentes – Jacaré, Mangueira e Riachuelo. Em nota, a Rioônibus estimou que o prejuízo das empresas chega a R$ 2,5 milhões e acrescentou que tem informações não confirmadas de que 10 ônibus teriam queimados.
Duas salas de aula da escola municipal jornalista Assis Chateaubriand, em Vila Isabel, foram incendiadas, mas há confirmação de que tenha relação com os acontecimentos.
PM montou gabinete de crise
Numa ação feita supostamente por criminosos da mesma facção que tentara invadir o Morro dos Macacos, cinco ônibus, pelo menos, foram incendiados em acessos à favela do Jacarezinho, no Jacaré, outro bairro da região que é cortada pela linha férrea da antiga Central do Brasil, a atual SuperVia.
“Desce, desce, vamos botar fogo”. Foi assim que o motorista Fábio Nascimento foi abordado por cerca de 15 homens armados de fuzis e pistolas e com os rostos cobertos.
Nascimento contou que os 40 passageiros foram retirados do ônibus antes dele ser queimado. Em seguida, o bando interceptou mais dois ônibus da mesma linha que seguiam pela Avenida Dom Helder Câmara, a antiga Avenida Suburbana.
Pelo menos, outros dois ônibus foram queimados em acessos à favela do Jacarezinho. Segundo policiais, a ação teve o objetivo de desviar a atenção dos acontecimentos no Morro dos Macacos. A viação Braso-Lisboa suspendeu a circulação dos seus coletivos por falta de segurança.
O confronto no Morro do Macacos começou no início da madrugada de sábado no Morro dos Macacos, quando uma quadrilha tentou tomar os pontos de venda de drogas na área. Pela manhã, a Polícia Militar interveio, mas a ação policial terminou com o helicóptero Águia abatido.
Seguiram-se momentos de grande tensão. “Eu nunca vi tanto tiro na minha vida”, relatou uma adolescente que mora há 15 anos no local. Assustados, os moradores se recusaram a falar com os jornalistas, que acabaram se tornando alvo dos traficantes escondidos na parte mais alta da favela.
Zona Norte e subúrbios da Central afetados
Um grande extensão da Zona Norte e dos subúrbios da Central do Brasil foram afetadas pela ação criminosa e a represália policial: Mangueira, Maracanã, São Francisco Xaiver, Riachuelo, Rocha, Sampaio, Vila Isabel, Engenho Novo, Jacaré e Méier.
O trânsito foi interditado na Avenida Marechal Rondon, na altura do Engenho Novo, e a circulação na área ficou restrita à Rua 24 de Maio, no sentido Méier. No sentido contrário, o trânsito seguia apenas Rua Barão do Bom Retiro, obrigando a quem saía do Méier, com destino ao Centro da cidade, passar pelo Grajaú.
Seis feridos em Benfica
A tensão no Rio começou na noite de sexta-feira (16). Seis pessoas ficaram feridas num confronto com criminosos na Favela Parque Arará, em Benfica, no subúrbio. As informações são do Hospital Geral de Bonsucesso (HGB), também no subúrbio, para onde as vítimas foram levadas. Entre as vítimas há dois adolescentes e uma criança.
TV GLOBO
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