SANTA CATARINA
Delegados pedem reposição salarial de 120%
Falta de diálogo do governador Luiz Henrique da Silveira
SANTA CATARINA
Os delegados de Santa Catarina reclamam da pouco atenção dada à categoria. Em uma nota de esclarecimento divulgada nesta terça-feira, os trabalhadores fazem uma série de reivindicações. Eles pedem, principalmente, uma reposição salarial e que não seja mais permitado que policiais militares registrem termos circunstanciados.
Um levantamento realizado pela Associação dos Delegados de Polícia do Estado de Santa Catarina (Adepol) mostrou que a remuneração paga em Santa Catarina é a mais baixa do país. O delegado Renato Hendges, vice-presidente da Adepol, reclamou do salário congelado há 11 anos e afirmou que a correção pelo período é de cerca de 120%.
Outra queixa é da falta de diálogo do governador Luiz Henrique da Silveira, com quem pedem há meses uma audiência, mas não são atendidos. A categoria também alega que policiais militares não têm formação para determinar se um crime foi praticado e em qual artigo do Código Penal enquadrá-lo.
Apesar das reivinidcações, Hendges garantiu que não haverá prejuízos à população. Os delegados prometem mobilizações para os próximos dias. Eles afirmam que não irão cumprir algumas atribuições, como dobrar a jornada de trabalho e cuidar dos presos detidos em delegacias.
Segundo o secretário de Articulação e Coordenação, Valdir Cobalchini, o Governo do Estado já conseguiu aprovar o Plano de Carreira da categoria. Ele garante ainda que, em breve, será feita uma proposta de reajuste salarial aos delegados.
Confira a íntegra da Nota de Esclarecimento da Associação dos Delegados de Polícia de Santa Catarina abaixo:
NOTA DE ESCLARECIMENTO
Após deliberações levadas a efeito na Assembléia Geral Extraordinária realizada no dia 03 de outubro de 2009, com a presença maciça dos Delegados de Polícia, ativos e inativos, do Estado de Santa Catarina e
CONSIDERANDO que os Delegados de Polícia recebem, atualmente, o pior salário da categoria no Brasil, corroídos pela inflação em decorrência de mais de onze anos sem qualquer reposição salarial;
CONSIDERANDO que o Governador do Estado de Santa Catarina, embora insistentes tentativas, não recebe a ADEPOL-SC;
CONSIDERANDO que a Polícia Judiciária do Estado de Santa Catarina vem sendo aviltada no exercício das suas atribuições constitucionais e legais, com a conivência do Governo do Estado;
CONSIDERANDO que, atualmente, os Delegados de Polícia do Estado de Santa Catarina cumprem jornadas cumulativas de serviço, extrapolam em muito suas obrigações funcionais, realizando extenso rol de atividades alheias as suas funções para suprir a omissão do Estado no que se refere à falta de recursos humanos e materiais, deficiência de vagas no sistema prisional, locais de trabalho impróprios e insalubres, dentre outras dificuldades, a fim de bem servir a população;
ESCLARECEM:
– Que os Delegados de Polícia deste Estado passarão a exigir do Governo, as condições necessárias para o desempenho das suas funções, nos estritos termos da Lei;
– Que os cidadãos catarinenses continuarão amparados pela Polícia Civil, na forma da Lei;
– Que todas as ilegalidades e os improvisos decorrentes da ausência estatal, serão objeto de divulgação pela Associação dos Delegados de Polícia de Santa Catarina.
DIRETORIA EXECUTIVA ADEPOL-SC
RBS
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