Delegados da Polícia Civil do Maranhão iniciaram, nesta semana, uma série de medidas institucionais para reivindicar melhorias nas condições de trabalho e no reconhecimento da carreira. A mobilização é coordenada pela Associação dos Delegados de Polícia do Estado do Maranhão (Adepol/MA) e foi aprovada em Assembleia Geral Extraordinária.
As ações incluem o cumprimento rigoroso da jornada legal de trabalho, plantões extraordinários apenas com compensação formal, suspensão de entrevistas e postagens institucionais, além da exigência de pagamento antecipado para viagens a serviço. Após as 18h, presos só serão recebidos por unidades em plantão oficialmente designado.
Ver essa foto no Instagram
Segundo a entidade, as medidas visam adequar a atuação dos delegados aos limites previstos em lei. Em muitas cidades do interior, profissionais ainda arcam com custos do próprio bolso para garantir o funcionamento das delegacias — uma realidade que a categoria considera insustentável.
Outro ponto central é a estagnação funcional: mais de 90 delegados aguardam promoção à classe especial, mesmo já atendendo aos critérios exigidos.
“A nossa mobilização não é contra ninguém. É a favor da legalidade e do respeito às instituições. Estamos reafirmando que o delegado de polícia precisa trabalhar com dignidade, dentro daquilo que a lei estabelece, e não ultrapassar limites em silêncio, como historicamente tem ocorrido”, afirmou o presidente da Adepol/MA, delegado Márcio Dominici.
A associação ressalta que não há paralisação dos serviços. As delegacias seguem em funcionamento e os atendimentos à população continuam normalmente.
Ainda que a mobilização tenha começado no Maranhão, o movimento reacende um debate de interesse nacional sobre a valorização das carreiras policiais e os desafios enfrentados por profissionais que atuam na linha de frente da segurança pública.
DELEGADOS
Portal Nacional dos Delegados