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Delegados decidem continuar greve

por MARCELO FERNANDES DOS SANTOS
14jun10-go-delegados-greve

GOIÁS
Delegados decidem continuar greve
Protesto rasga documento

GOIÁS

{loadposition adsensenoticia}Os delegados da Polícia Civil de Goiás protestaram contra a proposta de reajuste salarial apresentada na última quinta-feira (10) pelo governo, durante assembleia realizada ontem, onde delegados de todo o Estado decidiram continuar a greve que teve início há 26 dias. No protesto, eles rasgaram o documento que trazia a proposta de aumento com 4% para a base que representa a maioria dos delegados.

Dessa forma, eles manterão o movimento que é legalizado conforme decisão judicial, que exigiu pelo menos 50% do efetivo dos delegados trabalhando em escalas de revezamento. O restante continua o protesto em frente à sede do Sindicato dos Delegados de Polícia (Sindpol).  

Em todo o Estado são 400 delegados de polícia. Na Capital 26 delegados se dividem para atender às exigências do MP. Os registros das ocorrências se concentram no 1°DP, no Centro, e em Aparecida de Goiânia os registros de flagrantes são feitos no 4° DP. As delegacias especializadas funcionam em escalas ordenadas pelos delegados que atendem às especificidades. No interior, onde funcionam as regionais, os delegados se revezam de acordo com a proximidade. Elegeram pontos próximos com raios de distância menores um do outro.

De acordo com Wilson Luiz Vieira, presidente do Sindpol, a proposta trouxe apenas uma reestruturação na carreira. Ele relatou que Goiás está na 19ª posição em salário de delegados, se comparados com os recebimentos de outros Estados no Brasil. Os delegados reivindicam aumento de pelo menos 25% no piso salarial.

Para Wilson, a base dos delegados, representada pela maioria deles, não recebeu aumento considerável. A Classe Especial foi a mais privilegiada na proposta, no entanto, representa 36 delegados. “O tempo para os companheiros atingirem uma categoria melhor remunerada é muito longo. A proposta não atende o mínimo que a categoria esperava”, diz o presidente.

Auditores

Segundo o delegado Waldir Soares, titular do 22° DP na Vila Mutirão, no início de 2010, auditores fiscais e procuradores do Estado, que tinham salários menores até que dos delegados, protestaram e tiveram reajustados os salários, equiparando aos de promotores e juízes. Para Waldir, a proposta feita aos delegados é humilhante, uma vez que o pedido dos auditores e procuradores foi atendido.

“O Estado tem dinheiro para melhorar os salários na segurança pública. Não faz porque não quer. Delegados de polícia decidem a vida de um cidadão, um inquérito policial só chega às mãos de promotores e juízes depois de registrados por nós, então somos muito importantes nesse processo, merecemos melhores salários”, desabafa Waldir.


Corregedoria indicia PMs que fizeram manifestações

A corregedoria da Polícia Militar anunciou, no final da tarde de ontem, que abriu um inquérito militar para investigar as participações dos militares envolvidos nas manifestações dos dias 22 de maio e 1° de junho, que estavam em dias de trabalho e deixaram seus postos para se aquartelarem no 7° Batalhão no Setor Jardim Europa. Requerimento do Ministério Público, assinado pelos promotores Marcelo Faria da Costa Lima e Carmem Lúcia Santana de Freitas, requisitou a abertura de inquérito para investigar a prática de crime militar cometido pelos militares.

A denúncia do MP baseou-se nos anexos de textos noticiados pela imprensa local nas datas descritas, onde o major Júnior Alves Araújo, presidente da Associação dos Oficiais da Polícia e Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (Assof), é apresentado como organizador dos movimentos de revolta por parte de militares.  O inquérito militar instaurado será presidido pelo coronel Rômulo Marques com o apoio de outros três tenentes-coronéis. O MP cobrou através do documento o posicionamento da PM na ação do aquartelamento. A investigação para apurar a participação de cada um será feita pelos comandantes dos batalhões, que levantarão os nomes de cada um dos militares integrantes da revolta.

De acordo com o coronel Lourival Camargo, corregedor da PM responsável pelo anúncio, depois de nomeados responsáveis, serão indiciados em processo cabível de punições para os considerados culpados. Segundo o coronel, as proporções tomadas pelos militares que participaram de manifestações nos últimos dias estão fora da Legislação Militar, que proíbe a ação. Depois de concluído, a apuração será entregue ao MP no prazo de 40 dias. Por ter assumido a liderança de um movimento condenado pelo Comando-Geral da PM, se julgado culpado pode perder as prerrogativas de militar.

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