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Delegado preso por corrupção foi da Corregedoria e do Detran

por MARCELO FERNANDES DOS SANTOS
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SÃO PAULO
Delegado é preso por corrupção

Foi da Corregedoria

SÃO PAULO

{loadposition adsensenoticia}O delegado afastado da seccional de Itapetininga, José Antônio Vieira Ramos, já atuou em importantes setores da Polícia Civil como o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e a Corregedoria Geral. Ele foi preso acusado de corrupção e outros crimes na terça-feira, com mais dois delegados da cidade: Alexandre Vianna e Ivan Scott, respectivamente, titular e assistente da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Itapetininga.

A Operação Usurpação prendeu um total de treze pessoas e foi coordenada pela Polícia Federal e Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco). Os três delegados e mais o escrivão Márcio José Aprígio estão detidos no Presídio Especial da Polícia Civil (Pepc), na capital. A prisão é temporária, de cinco dias, mas pode ser prorrogada. Os outros presos, incluindo o advogado Washington Martins de Oliveira e o empresário Renato Ribeiro dos Santos, estão detidos na Superintendência da Polícia Federal de São Paulo.

Ramos, de 58 anos, estava desde 1995 como titular da Seccional de Itapetininga. As passagens do delegado pelo Detran e Corregedoria são citadas no texto oficial da Polícia Civil sobre o lançamento de uma cartilha com dicas de segurança, divulgado à imprensa em julho de 2008. A principal função da Corregedoria é investigar desvios, abusos e crimes eventualmente praticados por policiais.

O delegado José Augusto de Barros Pupin assumiu interinamente a Delegacia Seccional de Itapetininga, ontem. Ele deve definir hoje quem vai substituir Vianna e Scott na DIG. No lugar de Pupin na Delegacia da Infância e Juventude (Diju) de Sorocaba ficou, também interinamente, o delegado João Edson Pignata.

O trabalho investigativo da Operação Usurpação teve cuidado especial com o sigilo para não haver eliminação de provas e pelo fato de envolver policiais. O promotor Roberto de Campos Andrade, do Gaeco, ressaltou ontem que todas as investigações são conduzidas em sigilo. Segundo ele, mais de quinze pessoas devem ser ouvidas como testemunhas na delegacia da PF de Sorocaba nos próximos dias. Também será analisado o conteúdo de computadores e documentos apreendidos na Seccional e na DIG de Itapetininga.

Os mandados foram cumpridos em São Paulo, Alambari, Cerquilho, Itapetininga, Osasco, Quadra, Tatuí e São Miguel Arcanjo, na terça de manhã. Durante o cumprimento dos mandados em Itapetininga, alguns vizinhos dos delegados estranharam a movimentação na rua e acionaram a Polícia Militar. Depois de finalizado, o inquérito irá para a 1ª Vara Criminal de Itapetininga.

O grupo é acusado basicamente de coagir organizadores de festas e eventos a contratar a empresa de segurança privada Itapê Security, dos delegados Vianna e Scott. Os dois teriam apoio de Ramos. Os organizadores eram obrigados a pagar o preço exigido sob ameaça de inviabilizar o evento, concluiu a investigação. Os acusados argumentavam que a Itapê era a única empresa de segurança legalizada. Viaturas e recursos da Polícia Civil seriam utilizados pela empresa.

Acordos prévios com funcionários de prefeituras direcionariam licitações, mas mantendo aparência de legalidade. O grupo é acusado de corrupção ativa, concussão, peculato, prevaricação, crimes contra a ordem tributária, uso de documento falso, porte ilegal de arma, falsidade ideológica, fraude em licitação e formação de quadrilha.

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