CEARÁ E SANTA CATARINA
Delegado prende policial militar acusado de pedofilia
`Falar sobre a prisão, eu posso?`
CEARÁ E SANTA CATARINA
Uma investigação da Polícia de Santa Catarina, que já se arrasta por nove meses em sete Estados brasileiros, além dos Estados Unidos e países da Ásia e da África, resultou, na manhã de ontem, na prisão de dois cearenses acusados de integrarem uma rede internacional de pedófilos. O cabo reformado da Polícia Militar, Francisco Soares da Silva, 47, foi flagrado em uma lan house na Vila Manoel Sátiro, enquanto o vendedor Márcio Ronaldo Mota, 31, foi detido em sua residência, no Conjunto Ceará. Computadores, fotos, vídeos, CDs e Pen Drives também foram apreendidos.
De acordo com o delegado Wilson da Silva, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil de Santa Catarina, os dois cearenses alimentariam a rede com fotos e vídeos de crianças carentes da periferia de Fortaleza, além de material que recolhiam em salas de bate-papo, quando o policial militar se passava por uma menina de 9 anos de idade, ao se comunicar com crianças.
“Era um homem com uma experiência de 47 anos de vida, enganando meninos e meninas. Ficamos enojados com as imagens de crianças (em situação vulnerável) que apreendemos com os acusados, principalmente pelo fato do policial ser avô“, comentou o delegado, que recebeu apoio em Fortaleza de policiais da Divisão Antissequestro (DAS) e da Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dceca), coordenados pelos delegados Andrade Júnior, Iolanda Fonseca e Ivana Timbó.
A partir de hoje, a Polícia irá investigar se os dois homens presos cometeram algum tipo de abuso sexual contra as crianças que aparecem nas imagens, como também se eles tiveram alguma compensação financeira com a exposição do material.
Os policiais catarinenses trouxeram dois mandados de prisão para Fortaleza. Um para o vendedor e o outro para um comerciante. Ao abordarem o segundo suspeito, os policiais se surpreenderam com a história do homem, que era evangélico e sequer possuía computador. Porém, havia sido sócio em uma lan house, em que as máquinas foram adquiridas em seu nome. O mandado tinha como base o IP (Internet Protocol) de um dos computadores, uma espécie de digital da máquina. Após dois dias como clientes da lan house, os policiais prenderam o cabo.
E-MAILS
– Segundo os policiais de Santa Catarina, o cabo da PM tentou desligar a máquina no momento da prisão. Mas acabou sendo detido com o e-mail aberto e fotos em arquivos temporários. Seis policiais tiveram que conter o acusado, ainda na cadeira da lan house, e clientes se apavoraram ao confundir a cena com assalto ou sequestro. “Estava lotada, as pessoas corriam assustadas. Mas não deu para avisar que haveria uma prisão“, lembrou o agente de Polícia Johnny César, do Deic.
– Além das duas prisões em Fortaleza, os policiais do Deic conseguiram prender antes outros oito acusados, nos estados de Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Uma operação em Goiânia (GO) não foi bem sucedida, como também em Cuiabá (MT), onde os acusados conseguiram escapar. A operação teve início no próprio estado catarinense, quando um servidor do alto escalão do Poder Judiciário foi rastreado.
– Outras pessoas estão com mandados de prisão expedidos pela Justiça catarinense, que deverão ser cumpridos em outros Estados . Segundo o delegado Wilson da Silva, Fortaleza é a outra ponta da rede, que teria a primeira ponta em Santa Catarina.
– O delegado catarinense ficou surpreso ao ser informado pela imprensa que não poderia apresentar os presos. “Falar sobre a prisão, eu posso?“, brincou.
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