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Delegado é investigado por perseguir comerciante

por MARCELO FERNANDES DOS SANTOS

MATO GROSSO DO SUL
Delegado é investigado por perseguir comerciante

MATO GROSSO DO SUL

O delegado da Polícia Civil, em Sidrolândia, Edson Pigosso, é investigado pela Corregedoria da Polícia Civil desde dezembro de 2007, por ter supostamente mandado surrar, prender e ameaçar de morte um comerciante da cidade, durante investidas policiais arbitrárias, conforme a vítima. Ele foi denunciado também por três mães de adolescentes que foram assassinados no município. O delegado teria “negligenciado” nas investigações dos crimes, segundo as denunciantes.

De acordo com a denúncia registrada primeiro no CDDH (Centro de Defesa dos Direitos Humanos) Marçal de Souza, em novembro de 2007, o delegado invadiu a casa do comerciante Nelson Madalozzo, no bairro Jandaia, e apreendeu a Scânia dele. A justificativa do policial seria que o som instalado no veículo estaria ligado em volume “muito alto”.

Madalozzo, segundo a denúncia, teria sido levado para a delegacia e lá ficado por 12 horas “sem alimentação, sem água, sem seu remédio de uso contínuo e incomunicável”.

Um mês depois, perto do Natal de 2007, o delegado teria invadido a conveniência do comerciante e arrancado a fiação das caixas de som e disparado palavras ofensivas aos funcionários da empresa. Ele teria chamado as balconistas do local de “vagabundas e determinou o fechamento do comércio”.

Madalozzo questionou a razão do fechamento, mas teria sido duramente repreendido pelo policial, que teria encostado a arma na cabeça do comerciante, a quem o chamou de “vagabundo, maconheiro e marginal”, depois o prendeu. Nesse dia, o denunciante ficou detido numa cela por quatro horas.

Uma semana depois, num sábado, mais uma investida do delegado, segundo a denúncia. Edson Pigosso teria invadido de novo o comércio de Madalozzo, o chamou também de “vagabundo e marginal” e apontou uma arma na direção da cabeça do denunciante.

Dias depois, Madalozzo narra que foi novamente abordado pelo delegado, desta vez na rua. Pigosso teria entrado no carro do comerciante, quebrado os CDs que ali estavam e prendido o denunciado. Na delegacia, Madalazzo teria sido “violentamente espancado” por presos a mando do delegado.

O comerciante disse ainda que delegado mandou que ele saísse da cidade e, caso contrário, o policial iria matá-lo. Essa acusação, segundo Madalozzo, estaria registrada em “mais de 40 ligações telefônicas”. No dia que o comerciante teria apanhado na delegacia, ele quis fazer exame de corpo delito, meio de provar a denúncia, mas ele teria sido impedido pelo delegado.

Já no dia 22 de abril de 2008, ainda segundo o comerciante, o delegado teria apreendido o carro do denunciante porque ele estaria “bagunçando na cidade”. Naquele dia, o delegado apreendeu a Carteira de Habilitação de Madalozzo.

O comerciante registrou as denúncias no CDDH, entidade que encaminhou os relatos do comerciante a Superintendência de Ações de Segurança Pública, setor do Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública) de Mato Grosso do Sul e também a Corregedoria da Polícia Civil.

No dia 14 de dezembro de 2007, por meio do ofício 751/07, a Corregedoria da Polícia Civil, informou o presidente do CDDH, Paulo Ângelo de Souza havia “instaurado o auto de investigação” para apurar a denúncia do comerciante. Contudo, até agora, dois anos depois, a apuração ainda não alcançou um desfecho.

Em entrevista ao Midiamax, na quarta-feira, o delegado disse que não se recordava da denúncia do comerciante, e que a delegacia “estava aberta” tanto para a imprensa quanto ao CDDH, se “tais órgãos” estivessem interessados em consultar os inquéritos por ele conduzidos.

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Revista da Defesa Social

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