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Delegado diz que foi vítima de ‘trama’ no RJ

por MARCELO FERNANDES DOS SANTOS
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RIO DE JANEIRO
Delegado diz que foi vítima de ‘trama’

Ex-subchefe

RIO DE JANEIRO

{loadposition adsensenoticia}O ex-subchefe Operacional da Polícia Civil, delegado Carlos Oliveira, rebateu as acusações feitas por uma testemunha que o levaram à prisão, durante a Operação Guilhotina, da Polícia Federal. “Essa operação foi uma balbúrdia. Levei 17 dias para tomar conhecimento dessas acusações. Conclamo qualquer jurista desse país para verificar se meus direitos foram respeitados”, afirmou, durante depoimento prestado na tarde desta segunda-feira (28), na CPI das Armas, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

O policial, que está preso há 45 dias, insinuou ainda que acredita ter sido vítima de uma “trama” e incriminado por retaliação, já que teria sido intimado a prestar depoimento numa investigação que apurava possível ineficiência no combate ao tráfico de armas pela Polícia Federal.

O delegado refutou ainda as acusações de que teria se apropriado de uma submetralhadora UZI e de 42 mil munições apreendidas de traficantes no Morro da Mineira, no Catumbi, na Zona Norte do Rio, numa operação da Polícia Civil em 4 de março de 2008.

Falando como um especialista em armas, ao refazer sua trajetória à frente da Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos (Drea), especializada que ajudou a criar, Oliveira afirmou que para sua segurança pessoal jamais utilizaria uma UZI.

“É uma arma que não tem precisão e pesa 2,2 kg. Quem me acusa e quem aceita a acusação não sabem do que estão falando. Como poderia descer com meia tonelada de munição do alto daquele morro?”, disse aos deputados.

Delegado é acusado de desvio de armas

Oliveira é acusado de desvio de armas apreendidas no conjunto de favelas do Alemão, na Zona Norte, ano passado. Os parlamentares afirmaram que a CPI dispõe de um relatório da Polícia Federal que apontaria o envolvimento do policial com milicianos.

O delegado explicou aos deputados como funcionou “a evolução quantitativa e qualitativa das armas” no país desde os anos 1970 até os 90, com o aumento dos fuzis em poder das quadrilhas de traficantes.

“Aqui o tráfico de armas é vinculado ao narcotráfico. O Brasil deixou de ser mera rota e passou a ser um grande mercado consumidor”, disse, acrescentando uma explicação do estrago que um disparo de fuzil é capaz de fazer.

“Ninguém consegue avançar numa operação vendo uma pessoa com as vísceras expostas por um tiro de fuzil”, afirmou, exibindo foto de uma vítima.

De terno e gravata, Oliveira respondeu a perguntas dos deputados Marcelo Freixo, Wagner Montes, Zaqueu Teixeira, Luiz Paulo, Paulo Ramos e Clarissa Garotinho. Por orientação de seus advogados, preferiu não responder se sua prisão estaria ligada a algum esquema político.

Disse que se manifestaria em juízo, mas desabafou: “Se você é safado, é safado mesmo. Agora, você não pode dormir uma pessoa respeitada e acordar um bandido”.

Com 25 anos de polícia e fundador da delegacia sobre armas e explosivos, ele afirmou no depoimento que considera bandido o policial que desvia armas e que a punição para o crime deve ser a prisão.

A CPI pretende ouvir outros policiais presos na Operação Guilhotina para fazer o mapeamento da entrada de armas no estado.

G1

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