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Delegado abre mão de cargo na Homicídios

por MARCELO FERNANDES DOS SANTOS

MATO GROSSO
Delegado abre mão de cargo titular na Homicídios

MATO GROSSO

{loadposition adsensenoticia}O delegado Márcio Pieroni anunciou ontem que colocou à disposição o cargo de delegado titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Ele informou que tomou a medida para não haver dúvidas em relação ao desdobramento do caso Leopoldino, cujas investigações – por determinação da Justiça Federal – foram transferidas para a Polícia Federal. A diretoria de Polícia Metropolitana, no entanto informou que ainda não recebeu o pedido formal do delegado. Assim que for protocolado, será analisado.

“Encaminhei cópias de toda a investigação realizada por essa Especializada tanto para a Corregedoria Geral da Polícia Civil e, também, para Polícia Federal, que não as solicitou. Se a Justiça Federal solicitar, também o faremos”, adiantou o delegado. Pieroni argumentou que teve o aval de dois juízes, que autorizaram não somente a exumação como escutas telefônicas.

Na segunda-feira, a Corregedoria Geral iniciou uma verificação preliminar em relação às recentes investigações do caso Leopoldino para constatar se houve ou não irregularidades na conduta do delegado e investigadores.

Isso depende da análise da decisão da Justiça Federal que anulou todos os feitos investigativos da Polícia Civil sobre o caso, além dos três volumes do novo inquérito reunidos pelo delegado.

Segundo a Corregedoria, somente após essa etapa é que poderá ser instaurada uma sindicância, se o setor entender que é o caminho a ser tomado. “Por enquanto, não temos investigação. Somente verificação, o que é de praxe. O próprio delegado se antecipou enviando cópia das investigações para a Corregedoria”, explicou um dos corregedores.

No dia 1º de março, o delegado solicitou nova exumação dos restos mortais do juiz Leopoldino Marques do Amaral, assassinado em setembro de 1999 e enterrado na cidade de Poconé (100 quilômetros da Capital). O pedido foi feito à 15ª Vara Criminal da Capital, após depoimento de duas pessoas que diziam ter conhecimento sobre uma trama para forjar sua morte.

No mesmo dia da exumação, a Justiça Federal suspendeu o exame e, em sua decisão, o juiz da 7ª Vara Federal, Paulo César Sodré, levantou suspeitas de que as novas investigações seriam uma farsa para beneficiar Josino Guimarães, denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) como mandante do assassinato do magistrado. O próprio MPF acusou Márcio Pieroni de participar da trama. O caso se arrasta há mais de 10 anos e Josino deverá ir a júri popular até o final do ano.

Em seu despacho, o magistrado federal argumentou que não seria necessário o uso de escutas no caso de crime de ameaça, considerado de menor poder ofensivo. Além disso, os exames na época do assassinato do magistrado foram suficientes para provar sua morte.

Os restos mortais de Leopoldino do Amaral já passaram por dois exames para atestar que são seus: um no Paraguai, na ocasião da morte, e outro em 2006, quando a ex-escrevente Beatriz Áreas, já condenada por assassinar o juiz, disse que ele estaria vivo e vivendo na América do Sul.

Diário de Cuibá

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