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Bandidos teriam fugido com uniformes do PAC, diz delegado

por MARCELO FERNANDES DOS SANTOS

RIO DE JANEIRO
Bandidos do Alemão fugiram com uniformes

RIO DE JANEIRO

{loadposition adsensenoticia}O delegado Fernando Velozo afirmou nesta segunda-feira que alguns bandidos podem ter fugido do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, vestidos com roupas de funcionários que realizam as obras de urbanização do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no complexo. “A informação que a gente tem é que eles teriam pego uniformes de agentes do PAC e de outras prestadoras de serviços para fugir”, disse o delegado.

De acordo com Velozo, todas as informações sobre criminosos que estariam tentando enganar a polícia são repassadas para os agentes que fazem o controle no entorno do complexo. “Os policiais já sabem que eles vão usar todo o tipo de artifício para tentar sair. Todas as informações estão sendo apuradas o mais rápido possível”, afirmou.

O delegado disse também que muitos criminosos ainda estão escondidos dentro do conjunto de favelas. “Ainda tem muita coisa para fazer aqui”, afirmou. No domingo, a polícia apreendeu o traficante Vitor Roberto da Silva Leite, o Vitinho, na comunidade de Chatuba, em Mesquita. Ele havia escapado das forças policiais no Complexo do Alemão, vestido de “mata-mosquito”, os agentes que fazem ações contra a dengue no Rio.

Violência

Os ataques tiveram início na tarde de domingo, dia 21, quando seis homens armados com fuzis abordaram três veículos por volta das 13h na Linha Vermelha, na altura da rodovia Washington Luis. Eles assaltaram os donos dos veículos e incendiaram dois destes carros, abandonando o terceiro. Enquanto fugia, o grupo atacou um carro oficial do Comando da Aeronáutica (Comaer).

Cartas divulgadas pela imprensa na segunda-feira levantaram a hipótese de que o ataque teria sido orquestrado por líderes de facções criminosas que estão no presídio federal de Catanduvas, no Paraná. O governo do Rio afirmou que há informações dos serviços de inteligência que levam a crer no plano de ataque, mas que não há nada confirmado.

Na terça, todo efetivo policial do Rio foi colocado nas ruas para combater os ataques e foi pedido o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para fiscalizar as estradas. Ao longo da semana, Marinha, Exército e Polícia Federal passaram a integrar as forças de segurança para combater a onda de violência.

Desde o início dos ataques, o governo do Estado transferiu 18 presidiários acusados de liderar a onda de ataques para o Presídio Federal de Catanduvas, no Paraná. Os traficantes Marcinho VP, Elias Maluco e mais onze presidiários que estavam na penitenciária de Catanduvas foram transferidos para o Presídio Federal de Porto Velho, em Rondônia.

Na quinta-feira, 200 policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) entraram na vila Cruzeiro, no Complexo da Penha. Muitos traficantes fugiram para o Complexo do Alemão. O sábado foi marcado pelo cerco ao Complexo do Alemão. À tarde, venceu o prazo dado pela Polícia Militar para os traficantes se entregarem. Dentre os poucos que se apresentaram, está Diego Raimundo da Silva dos Santos, conhecido como Mister M, que foi convencido pela mãe e por pastores a se entregar. Na manhã de domingo, as forças efetuaram a ocupação do complexo.

Desde o início dos ataques, até a incursão no Complexo do Alemão, no domingo, 28, pelo menos 38 pessoas morreram em confrontos no Rio de Janeiro e 181 veículos foram incendiados.

G1

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