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Bandidos invadem delegacia e soltam presos

por MARCELO FERNANDES DOS SANTOS

PARÁ
Bandidos com fuzis invadem delegacia e soltam oito presos

PARÁ

{loadposition adsensenoticia}Uma quadrilha de aproximadamente seis bandidos armados com fuzis, pistolas e escopetas, invadiu a sede da Superintendência Regional da Zona do Salgado, em Castanhal, por volta das 2h, de ontem, e resgatou oito presos de alta periculosidade. Durante a ação o bando ainda levou um grande arsenal que era mantido na sala da chefia de operações.

Os presos resgatados pela quadrilha são: Jorge Belém Trindade Júnior, Marcos Ulisses de Souza Oliveira, Michel Platini Pinheiro Pereira, Evaldo Lima Barreto, Jairo da Silva Furtado, Márcio Brito de Oliveira, Roberto da Gama e Valdemir Pereira dos Santos Pinto Júnior.

O superintendente regional do salgado, delegado Sílvio Maués, disse que os criminosos tiraram proveito da madrugada e da pouca movimentação para promover o resgate, e que apesar dos oito presos, os alvos principais eram dois assaltantes de banco.

“Pelo que a gente analisou apesar da fuga dos oito presos a ação de resgate tinha por objetivo dois presos: um envolvido no assalto a agência do Bradesco da cidade de Bujaru e outro a agência dos Correios de Santo Antônio do Tauá, o qual foi preso recentemente”, relatou o delegado. Os bandidos em questão são: Jairo da Silva Furtado (assalto em Santo Antônio do Tauá) e Jorge Belém Furtado Júnior (assalto a Bujaru).

A Ação

Os criminosos chegaram e abordaram um grupo de pessoas que estava na fila de espera, no anexo de identificação, para retirar carteiras de identidade. As pessoas foram mantidas dentro da superintendência. Depois eles renderam três investigadores e mais a delegada Maria Amélia, que estavam no plantão. Não houve resistência por parte dos policiais e ninguém ficou ferido.

Os bandidos pegaram as chaves e abriram as celas de números um e dois. Os alvos foram encontrados na cela dois. Após o resgate de Jairo e Jorge a cela foi mantida aberta e outros seis presos também fugiram. Eles pularam o muro da delegacia e saíram pelos fundos do prédio.

Em seguida Jairo ainda se armou com uma pistola e foi em direção à sala do chefe de operações, que estava fechada e foi arrombada pelo acusado. Do armário da sala os criminosos roubaram todas as armas de diversos calibres e munições que estavam armazenadas no prédio da polícia, entre elas, quatro pistolas, um fuzil “Galil” e duas metralhadoras. As armas dos policiais também foram levadas.

Um dos investigadores também conseguiu fugir pelos fundos do prédio e foi buscar reforço da Polícia Militar no quartel do Beta Zero, que fica localizado na avenida Barão do Rio Branco, próximo à delegacia. Mas, quando os policiais militares chegaram à delegacia, os bandidos já haviam escapado.

Segundo informações da polícia, Jairo e Jorge foram conduzidos numa caminhonete L200, de cor verde. A ação foi rápida.

O delegado Sílvio Maués disse que a ação dos bandidos é uma consequência do tipo de preso que atualmente é mantido numa delegacia comum. “A superlotação é um ponto que vem sendo discutido há muito tempo, mas, o principal que deve levar a uma reflexão é você manter em espaços como delegacias de polícia, que tem a natureza de prestar um atendimento à população dentro da área de combate à violência e da investigação, presos de tamanha periculosidade. Aqui nós temos assaltantes de banco, traficantes, latrocidas e homicidas, então é uma população carcerária de extremo risco. São presos que sabem do potencial de sua conduta e na primeira oportunidade vão articular um meio de fuga e se puderem trabalhar a possibilidade externa de um resgate vão fazê-lo”, ressaltou.

Ele ainda lembrou que a ação de resgate é uma atitude nova no estado do Pará e que uma solução precisa ser adotada para pôr um fim à superlotação, “É necessário que a gente assuma a solução disso, que a gente discuta nas diversas esferas a forma como vai se dar uma solução, pois, sabidamente, hoje, foi comprovado que delegacia não é espaço adequado para se abrigar uma população carcerária tão grande e com pessoas de tamanho potencial de periculosidade”.

O delegado ainda denominou a ação dos criminosos como “violenta e extremamente afrontosa”, e disse que, “esse é o tipo de situação que terá resposta dentro do trabalho investigativo da Polícia Civil, e dentro do tempo que a gente tem como natural, pois, uma ousadia desse tamanho não pode ficar sem resposta”, afirmou Silvio Maués.

O inquérito foi instaurado e a Polícia Civil está trabalhando para identificar os criminosos e reprimir essa ação.

Bismarck Borges | Diário do Pará

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