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4 entre 10 delegados precisam de ajuda médica para a saúde mental, confirma pesquisa do Sindpesp, por Marcos Vinnicius Marinho Monteiro

(SP) Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo defende adoção de política de proteção aos profissionais que atuam na Segurança Pública

por Editoria Delegados

No mês em que campanhas alertam para a prevenção ao suicídio, um dado alarmante chama a atenção a respeito dos profissionais que atuam na Segurança Pública: 4 entre 10 delegados de Polícia buscaram auxílio em saúde mental após o ingresso na carreira. É o que revela pesquisa do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp).

Realizado para o Sindicato pelo Instituto Datapim, o estudo ouviu 711 delegados, da ativa e aposentados, em todo o estado, entre 1º e 10 de abril de 2024, a fim de traçar um perfil da carreira. Quando perguntados sobre o quesito saúde mental, 40% afirmaram ter precisado de ajuda em algum momento, enquanto 3% preferiram não responder. Dos 40% que procuraram ajuda médica, 79% afirmaram ter consultado psicólogo, terapeuta ou psiquiatra e 69% disseram ter recorrido a medicamentos para tratar de ansiedade, depressão ou outra enfermidade psiquiátrica.

Além disso, 73% dos entrevistados disseram sentir cansaço; 64% se queixaram de estresse; e 49% relataram sentir nervosismo no dia a dia. Ao analisar os dados, a presidente do Sindpesp, delegada Jacqueline Valadares, alerta para a necessidade de o Estado implementar políticas públicas eficazes de proteção à saúde mental:

“Este estudo mostra que os servidores, os policiais civis precisam de mais atenção, pois enfrentam situações estressantes no dia a dia, inerentes à profissão, como o risco às suas vidas no confronto com criminosos. A este contexto, somam-se a baixa remuneração e a excessiva carga de trabalho – uma verdadeira bomba-relógio que, em situações extremas, pode levar ao suicídio”.

A preocupação da presidente do Sindpesp tem respaldo no Anuário Brasileiro de Segurança Pública, do Fórum Brasileiro de Segurança, publicado em agosto. O estudo mostrou que, 2023 foi o primeiro ano em que os índices de suicídio entre policiais civis e militares superaram as mortes em confrontos. No ano passado, 110 agentes da lei da ativa tiraram a própria vida, enquanto 107 morreram em combate, sendo 46 durante o trabalho.

Auxílio-Saúde

Ainda de acordo com a pesquisa do Sindpesp sobre a carreira dos delegados paulistas, a implementação de auxílio-saúde é uma das principais reivindicações do momento – aparece na terceira colocação do estudo entre questões para as quais o governo de Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) deveria dar mais atenção, conforme defende Jacqueline:

“Estas questões impactam diretamente a saúde mental dos agentes de Segurança e o Estado não pode fechar os olhos para isso. Outras carreiras, cujos profissionais estão muito menos expostos ao risco e à violência, contam com uma indenização auxílio-saúde. Por que os policiais civis ainda não foram contemplados com este benefício?”, questiona a delegada.

De acordo com a pesquisa do Sindpesp, em primeiro lugar, os delegados pedem reajuste salarial condizente com remuneração paga por outros estados – São Paulo é o 22º no ranking nacional, com um dos piores holerites.

Em segundo lugar, vem a contratação de mais profissionais. Isto porque, mesmo com a nomeação de 4.017 novos agentes em maio de 2024, a Polícia Civil paulista continua enfrentando constante evasão. O déficit atual é de 14,3 mil agentes.

Assessoria de Imprensa
Fiamini –  Sindpesp

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