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Su Tonani, intimada a depor contra José Mayer, falta à delegacia

por Editoria Delegados

RJ: Pela terceira vez, figurinista havia sido intimada a prestar depoimento na tarde

Pela terceira vez, Su Tonani não compareceu para prestar depoimento na 32ª DP, na Taquara, no Rio de Janeiro. A figurinista havia sido intimada a depor contra José Mayer após denunciá-lo de assédio sexual. O encontro dela com as autoridades estava marcado para às 11h.

 

Segundo o colunista Leo Dias, do jornal O Dia, no último telefonema, Su perguntou se realmente era preciso levar o caso adiante.

 

— Eu tenho mesmo que ir?

 

A jovem tem até agosto para prestar depoimento sobre o caso. Se Susllem não comparecer até a delegacia até a data limite, o inquérito instaurado vai ser arquivado.

 

 

Relembre o caso

 

O relato de Susllem Meneguzzi Tonani, de 28 anos, foi publicado na coluna Agora É Que São Elas, do jornal Folha de S. Paulo, no dia 5 de abril. A ex-figurinista do canal contou que o ator — hoje com 67 anos — a assediou diversas vezes, tanto moral quanto sexualmente, desde que ela começou a trabalhar na rede de televisão.

 

— E essa história de violência se iniciou com o simples: “como você é bonita”. Trabalhando de segunda à sábado, lidar com José Mayer era rotineiro. E com ele vinham seus “elogios”. Do “como você se veste bem”, logo eu estava ouvindo: “como a sua cintura é fina”, “fico olhando a sua bundinha e imaginando seu peitinho”, “você nunca vai dar para mim?”.

 

Depois das palavras, Susllem disse que o ator partiu para o assédio físico:

 

— Em fevereiro de 2017, dentro do camarim da empresa, na presença de outras duas mulheres, esse ator, branco, rico, de 67 anos, que fez fama como garanhão, colocou a mão esquerda na minha genitália. Sim, ele colocou a mão na minha b***** e ainda disse que esse era seu desejo antigo. Elas? Elas, que poderiam estar eu meu lugar, não ficaram constrangidas. Chegaram até a rir de sua “piada”. Eu? Eu me vi só, desprotegida, encurralada, ridicularizada, inferiorizada, invisível. Senti desespero, nojo, arrependimento de estar ali. Não havia cumplicidade, sororidade.

 

A jovem disse que se sentiu desprotegida e vulnerável, e que rezava todos os dias para não encontrar o ator no set de filmagens.

 

— Nos próximos dias, fui trabalhar rezando para não encontrá-lo. Tentando driblar sua presença para poder seguir. O trabalho dos meus sonhos tinha virado um pesadelo. E para me segurar eu imaginava que, depois da mão na vagina, nada de pior poderia acontecer. Aquilo já era de longe a coisa mais distante da sanidade que eu tinha vivido.

 

Depois de tanto se calar, Susllem resolveu denunciar José Mayer:

 

— Chega. Acusei o santo, o milagre e a igreja. Procurei quem me colocou ali. Fui ao RH. Liguei para a ouvidoria. Fui ao departamento que cuida dos atores. Acessei todas as pessoas, todas as instâncias, contei sobre o assédio moral e sexual que há meses eu vinha sofrendo. Contei que tudo escalou e eu não conseguia encontrar mais motivos, forças para estar ali. A empresa reconheceu a gravidade do acontecimento e prometeu tomar as medidas necessárias. Me pergunto: quais serão as medidas? Que lei fará justiça e irá reger a punição? Que me protegerá e como?

 

R7

 

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