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Polícia Civil do Pará prende curador da Baleia Azul com apoio do Facebook

por Editoria Delegados

Operação “Blue Whale”

 
Na data de 29/06/2017 foi deflagrada a Operação “Blue Whale” pela Polícia Civil do Estado do Pará, por meio da Divisão de Prevenção e Repressão a Crimes Tecnológicos – DPRCT, visando identificar um dos curadores do Grupo “Blue Whale”, o qual orientava crianças, jovens e adolescentes a cumprirem desafios, incluindo atividades de mutilação, escutar músicas psicodélicas, entre outras ações perigosas que colocavam esses jovens em risco até praticarem o suicídio. O nome da operação policial denominada “BLUE WHALE” se deu em razão deste ser o nome utilizado pelo grupo para orientar as vítimas a prática dos desafios.

A notícia crime chegou na Divisão através da genitora de uma vítima, a qual informou que sua filha estava cumprindo alguns desafios do jogo “Baleia Azul” e realizou algumas lesões em seu corpo.

Após a colheita dos depoimentos e investigações, verificamos que uma dos “curadores” do jogo efetuou o aliciamento da vítima através do Facebook, por meio de um perfil falso e, posteriormente, enviou um convite para a vítima para participar do grupo com orientações na mídia social “VK”, onde os desafios eram apresentados.

Com base nessas informações e ao ser acionada para o fornecimento de dados, a empresa Facebook forneceu, de pronto, todas as informações necessárias para a individualização da autoria e materialidade delitiva.

Segundo dados coletadas na rede mundial de computadores no Brasil, ocorreram casos nos Estados do Mato Grosso, Minas Gerais e Pará.

A empreitada criminosa possuía a seguinte dinâmica: criminosos através da internet ficam cooptando crianças, adolescentes e jovens fragilizados por eventos traumáticos e propensos a quadros depressivos a participarem de tais jogos, pois são facilmente impressionadas pelas exigências desses criminosos a realizarem as tarefas, caso contrário ameaçam de causar grave mal ao infante ou a seus familiares, usando de dados facilmente encontrados na rede mundial de computadores.

Neste caso, a dinâmica do jogo começou através de links contidos em grupos no Facebook, os quais redirecionam para uma rede social Russa chamada “VK”.

Na rede “VK”, os adolescentes selecionados a participar do jogo e eram estimulados a cumprir 50 desafios macabros.

Com a dedicação da equipe policial, através de investigação especializada com identificação de IPs e dados telemáticos foi possível localizar e identificar o “curador” e deflagrar a presente operação policial em 3 meses, em virtude da gravidade dos fatos criminosos, os quais se aproveitavam da fragilidade e imaturidade das crianças, adolescentes e jovens.

A investigação teve o apoio da Coordenação Geral de Inteligência -CGI SENASP através do Cyberlab e o cumprimento do mandado de prisão e busca e apreensão, decretado pela Justiça do Pará – 2ª Vara Criminal da Comarca de Ananindeua, foi realizada em conjunto com a equipe de policiais da Delegacia de Bequimão do Maranhão (Polícia Civil do Maranhão).

O preso JARDSON CANTANHEDE DE AMORIM de 20 anos de idade é natural de Bequimão e morador de uma localidade do interior deste Município chamado Cumbila.

O local simples não impediu que aspectos negativos propiciados pelos avanços das tecnologias da informação, a exemplo da internet, propiciem aos criminosos revelar a extrema crueldade que um ser humano pode cometer se escondendo através de um perfil falso nas redes sociais, lhe garantindo um “anonimato” e, assim, orientar jovens, crianças e adolescente a se mutilarem fisicamente e psicologicamente para depois subtraírem sua vida.

A gravidade dos fatos cometidos pelo investigado são de difícil quantificação, em virtude da quantidade de participantes que foram identificados no grupo, 88 participantes, e a possibilidade de ter se comunicado com outras vítimas através das edes sociais.

Por isso, a Polícia Civil do Estado do Pará iniciou a presente investigação policial com a finalidade de garantir a absoluta prioridade na proteção da criança e do adolescente e a inibição de condutas criminosas na rede mundial de computadores.

 

Da Redação

 

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